Pesquisa Genial/Quaest consolida o pior momento do governo Bolsonaro, por Daniel Samam

A Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta última quarta-feira (01/09), consolidou um cenário ruim para o governo Bolsonaro. A avaliação negativa (ruim/péssimo) do governo chegou a 48%, enquanto a avaliação positiva (bom/ótimo) passou para 24%.


Chama atenção o perfil de quem apoia e quem reprova o governo. Os que aprovam são evangélicos, homens, residentes nas regiões Sul e Centro-Oeste, mais velhos e com renda mais alta. Os que reprovam são católicos, da região do Nordeste, mulheres, mais jovens e com renda mais baixa. Ou seja, perfis bastante distintos.


Outro ponto negativo para o governo se deve à percepção da população quanto à economia. Inclusive, a saúde e a pandemia deixaram de aparecer como problemas como mais graves do país. E na economia, o grande inimigo é a inflação, não o desemprego. A pesquisa mostra que os brasileiros continuam animados com a possibilidade do país gerar novos empregos (57% continuam acreditando que vamos melhorar a geração de empregos), mas não acreditam no controle do aumento dos preços (65% acha que não conseguiremos controlar a inflação).


As eleições de 2022 continuam distantes e a maioria ainda não se decidiu. Na espontânea, 58% ainda não escolheu candidato. Lula tem 23%, enquanto Bolsonaro 15%. Mas, vejamos. A alta taxa de indecisão não é motivada pelo desconhecimento. Bolsonaro e Lula são conhecidos por quase 100% dos entrevistados, Ciro por 89%, Datena por 82%, Dória por 81% e Mandetta por 56%. Os menos conhecidos são Eduardo Leite (40%), Rodrigo Pacheco (39%) e Simone Tebet (19%).


Quando os cenários estimulados são apresentados, a polarização Lula e Bolsonaro, com ampla vantagem para Lula fica evidente. O ex-presidente varia de 44 a 47% das intenções de voto. Bolsonaro, por sua vez, varia de 25 a 26%. Ciro apresenta desempenho aquém do esperado e fica entre 6 e 9%. Dória oscila negativamente, e aparece entre 3 e 6%. Quem mostra alguma consistência é o Datena, com 7%.


Nos cenários de segundo turno, Lula ganha com boa vantagem de todos os concorrentes. Bolsonaro, perde para Ciro e empata com Pacheco, que tem total desconhecimento. Os 25% de brasileiras e brasileiros que dizem querer a vitória de um candidato que não seja nem Lula, nem Bolsonaro, revela o pouco espaço para a tal da terceira via.


Por fim, a pesquisa revela que as motivações para votar em Lula e Bolsonaro também são bem distintas. Enquanto os que votam em Lula justificam que consideram que o ex-presidente fez uma boa gestão, os bolsonaristas justificam que o presidente de plantão evita a volta do PT ao poder.

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