Impressões ao calor da hora: a nova pesquisa XP/Ipespe e a desidratação de Bolsonaro, por Daniel Samam


A pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta terça-feira (17) revelou que o povo brasileiro tá perdendo a paciência com Bolsonaro e seu governo. Sua avaliação positiva (ótimo/bom) recuou para 23% - era 25% em julho - e a negativa (ruim/péssimo) avançou de 52% para 54%.


Neste mesmo período, a aprovação do presidente caiu de 31% para 29%, mantendo-se a desaprovação em 63%. É a primeira vez que a aprovação de Bolsonaro fica abaixo de 30% desde o início do governo, em 2019.


Na economia, a avaliação negativa bateu 63% contra 27% dos que acreditam que a economia está no rumo certo. No mês de julho eram, respectivamente, 59% contra 29%.


Com o avanço da vacinação, a avaliação positiva dos governadores e prefeitos, especificamente quanto ao enfrentamento da pandemia, cresceu de julho até então: de 36% para 43% no caso dos governadores e de 45% para 55% no de prefeitos. No caso de Bolsonaro a avaliação oscilou negativamente de 22% para 21%. E um número que salta os olhos e revela o impacto das mortes pela Covid-19: 74% dos entrevistados perderam pelo menos um parente, amigo ou colega para a doença.

 

Outro dado relevante é que 57% dos entrevistados acreditam no envolvimento do governo e de seus membros em esquemas de corrupção, contra 29% que não acreditam. Números bem próximos com os da aprovação da CPI da Covid no Senado: aprovação de 57% contra 31% que desaprovam. A Comissão também segue com boa audiência: 67% dizem acompanhar.


Nos cenários eleitorais, pela primeira vez, todos os nomes colocados até então (Lula, Ciro, Moro, Mandetta, Doria e Eduardo Leite), derrotam Bolsonaro em um hipotético segundo turno. No entanto, a pesquisa também revela a tendência de crescimento das intenções de voto no ex-presidente Lula, que aparece com 40% das intenções de voto, dois pontos percentuais a mais que no mês de julho, enquanto Bolsonaro tem 24%, dois pontos percentuais a menos que no mês passado.


O derretimento do presidente é evidente e contínuo.

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