Impressões ao calor da hora: execução de Lázaro e comemoração das polícias mobilizaram as redes bolsonaristas, por Daniel Samam


A execução de Lázaro deixa um conjunto de perguntas no ar: O criminoso fazia parte de uma organização maior? Havia uma rede de proteção para ajudá-lo? Seriam ruralistas e grileiros da região? De fato, ainda há muito a investigar.


Lázaro estava com R$ 4,4 mil no bolso quando foi morto, informou o secretário de Segurança de Goiás em coletiva (ele e diversos policiais sem máscara), reafirmando a possibilidade de que havia uma rede de proteção a Lázaro. E essa é uma linha de investigação, sobre ele ser um jagunço da região. Se ele tivesse sido preso, teríamos mais chances de saber.


Por volta do meio-dia, Bolsonaro comemora morte de Lázaro em seu perfil no Twitter com o jargão: "CPF cancelado". Ao mesmo tempo em que as redes e as mídias são inundadas com imagens de policiais carregando o corpo do criminoso, jogando dentro do rabecão e comemorando em seguida. E teve mais.


Após a captura e execução, a força-tarefa de cerca de 270 policiais fizeram flexões em um pátio onde estava montada a base da operação e saíram em comboio comemorando. Bolsonarismo em estado bruto.


Hoje tivemos mais uma amostra da desgraça que vivemos e quão difícil será superá-la. Nosso desafio não é só derrotar Bolsonaro, mas sobretudo o bolsonarismo, o fascismo à brasileira enquanto projeto de poder e de sociedade.

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