As redes bolsonaristas sintonizadas com os bichos escrotos saídos dos armários, por Cristiano Lima


As redes bolsonaristas, sem sombra de dúvida, aproveitaram a tragédia ocorrida nas últimas semanas no interior de Goiás para  levantar a cortina de fumaça sobre os escândalos na negociação de vacinas e do desgoverno planejado de Jair Bolsonaro. Principalmente em tempos de CPI.


Enquanto Lázaro se encontrava foragido o espetáculo de insensibilidade era garantido por estas redes quase em sua totalidade da programação diária. Porém, Lázaro, como já era esperado, não foi capturado, mas, segundo a própria Secretaria de segurança daquele Estado, foi morto em confronto.


Lázaro, nesse confronto, foi atingido por nada menos que 38 tiros! O mito, anteriormente criado sobre ele, descrito por ser quase um ser dotado de habilidades, quase sobre humanas, ganha mais uma pagina, se levarmos em consideração, que nesse “confronto” Lázaro reagiu até a trigésima oitava bala acertada em seu corpo.


Mas, e agora, para as redes bolsonaristas, o que resta é a emenda, ou seja costurar, para se construir uma ideia de que a justiça foi feita, que a polícia atendeu aos anseios da sociedade.


A ideia de policia punitiva dialoga com a inconstitucionalidade da pena de morte, que também faz coro com o atentado a democracia que sofremos no golpe em 2016 e posteriormente com a prisão politica de Lula, para tira-lo das eleições.


Estão todos na mesma mesa, dialogando contra a vida, por uma maneira de se fazer justiça na politica que atropela a democracia ou com uma ideia de que infratores ou suspeitos (pobres) são merecedores de um julgamento onde a sentença é a morte. Haja vista os massacres nas favelas.


Este tipo de discurso, abre cada vez mais as portas dos armários, onde autoproclamados cidadãos de bem, escondiam seu ódio, sua homofobia, misoginia, preconceito e desejo por sangue. São os bichos escrotos saindo, não mais dos esgotos, mas dos armários.


É este público obscuro que as redes bolsonaristas com seus apresentadores de linguajar chulo tentam agradar, tendo como único intuito de manter acesa a ideia de uma sociedade límpida sob os padrões do ódio. Almejando, com certeza, o cenário eleitoral de 2022.


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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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