Impressões ao calor da hora: Bolsonaro promove rearranjo do governo e expões divisão nas forças armadas, por Daniel Samam
A primeira leitura sobre as movimentações desta segunda-feira (29), indica que Bolsonaro reagiu ao cerco e ao isolamento com um rearranjo que colocou nas pastas estratégicas figuras alinhadas e subservientes a ele.
Essa reformulação é uma tentativa de reação de Bolsonaro a alguns elementos como o retorno de Lula ao jogo, a saída de Pazuello do Ministério da Saúde, o ultimato do Centrão no Congresso, a demissão forçada do Ernesto "o idiota" Araújo, etc. Mas também de recuperar a imagem de força e blocar para sobreviver e chegar competitivo em 2022.
As mudanças no governo deixam claro que o presidente tenta organizar um contra-ataque. Ou pelo menos resistir a eventuais tentativas de impeachment. O que chama atenção é o nível de aparelhamento do governo. Hoje, praticamente todos os cargos do governo são ocupados por bolsonaristas.
Também tem a variável das mexidas nas Forças Armadas. É a variável que ainda não está clara, mas os acontecimentos de hoje sugerem reforço da presença de militares fiéis em posições de poder. E isso indica que Bolsonaro escolheu dobrar a aposta.
Por ora, na minha leitura, os movimentos de hoje me parecem um rearranjo entre bolsonaristas e militares.
A ver.
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