O Estado perde a sua égide quando o governo é do ódio, por Cristiano Lima


Sob o descontrole da politica aterrorizante do governo do Estado a população do Rio de Janeiro vive uma tragédia a cada dia. As comunidades do Rio têm sido cada vez mais violentadas!

A incerteza do ir e voltar com segurança está no amanhecer ao toque de um despertador muito indesejado: O motor do helicóptero acompanhado da batida do instrumento de uma nota só faz o morador pedir por proteção a sua fé e pela compreensão do patrão por mais um atraso ou falta.

Declarações do tipo: “vai acertar na cabecinha”, falar em jogar um míssil em traficantes da comunidade  Cidade de Deus,  acompanhar e estimular tiros de helicóptero em uma comunidade de Angra dos Reis, ou ainda vislumbrar a utilização de drones em operações policiais são pontuações que organizam a trajetória dos primeiros meses do governo estadual que já vem somando o assustador número  de 881 mortes em ações policiais.

Adotando a tática do enfrentamento no combate armado o Estado sobrevive a duras penas, não apresentando solução para questão da violência mas, muito pelo contrário, a política velha e batida se torna um multiplicador deste desastre social, a violência urbana.

A atitude mais recente e apavorante do governador se refere a tragédia ocorrida na ponte que faz ligação das cidades do Rio e Niterói onde Willian Augusto da Silva, de 20 anos, que manteve como reféns os passageiros  de um ônibus que levava 37 pessoas em direção  ao Rio, e segundo relatos de passageiros alegou estar sofrendo de depressão, foi morto.

Após mais de 3 horas de negociação William foi morto por um atirador de elite. Fato comemorado de forma escalafobética pelo governador do Estado do Rio.

A imagem do governador Wilson Witzel dançando e comemorando a morte do sequestrador do ônibus na ponte, transmitida ao vivo para milhares de famílias só demonstra o estado de ódio e precarização da vida humana que o Estado está mergulhado, submerso pela politica justiceira de um  psicopata.

Witzel desceu de helicóptero e fez da cena de uma tragédia a apoteose para seu desfile psicótico. O comportamento medonho do governador diante de um corpo abatido a balas compromete a imagem do Estado que tem na sua capital a cidade que através do turismo movimenta boa parte da economia.

Uma capital maravilhosa ameaçada por um Estado de terror, sua população ameaçada e amedrontada. Seja nas comunidades, no ponto de ônibus, a caminho do trabalho ou da escola, todos perdem a égide quando o governo é  da pregação do ódio.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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