Fake news e o processo de desumanização, por Cristiano Lima


O ataque de fake news não terminou com o resultado das eleições de 2018, a campanha da extrema direita se sustentou em um “alicerce de areia da praia”, mentiras produzidas em série, montagens de cunho pornográfico que superam o imaginário das mentes mais doentias.

Mas como explicar e entender estes ataques que não param? Afinal, o candidato deles está no poder. Aniquilando, deturpando, censurando e envergonhando o Brasil mundo a fora.

A fabricação em série e veiculação das fake news vai muito além de tentar promover ou blindar o governo de Jair Bolsonaro. Aliás quando lembramos de suas falas medíocres, repletas de autoritarismo e ataques, percebemos uma singular e notória reciprocidade com este tipo de mensagens que circulam nas redes sociais poluindo e contaminando nossos dias.

Bolsonaro utiliza de falas curtas e grosseiras, palavras chulas, de baixo calão, sempre tentando justificar suas duvidosas atitudes, ou ainda atacar o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores. Bem próximo a isso são as fake news. Caminham na mesma harmonia, montagens toscas, frases pequeninas e ofensivas. Em geral, direcionadas ao ex presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores. 

Ora, mas retomando a questão, as fake news estão de fato além de um alicerce ao governo Bolsonaro. Elas tem como objetivo o processo de desumanização, acabar com a empatia e estimular o ódio. Fazer com que a pessoa ignore sua própria condição, por mais explorada que seja. Um processo inquisitorial, de condenação aos que pensam diferente. Nesse processo de desumanização reside a ideia do merecimento. Sua condição, se miserável, está  sempre justificada em função de seus próprio atos ou à esquerda. (Nesse caso, ao governo PT).

O último ataque de fake news foi direcionado ao mandato do vereador Reimont (PT-RJ), conhecido além da fronteiras municipais por seu trabalho contínuo voltado aos mais empobrecidos. Mas o que o mandato de Reimont do PT, poderia incomodar tanto a estes grupos perversos fabricantes de fake news?

Ora, Reimont hoje pode ser considerado a essência do Partido dos Trabalhadores no Rio de Janeiro.

O Rio de Janeiro, assim como o toda a dimensão do Brasil, vem sofrendo com esses ataques de mentiras. A única intenção desses grupos é enfraquecer ou anular, não só a esquerda, o PT em especial, mas também os movimentos sociais. Ciente disso, vêm utilizando das mais sórdidas manobras de deturpação da verdade. O mandato do vereador Reimont (PT-RJ), hoje, para estes perversos, é a maior barragem de impedimento para a enxurrada de ódio, desvalorização da vida humana e precarização de direitos que eles anseiam para a sociedade.

Por estarmos tratando do Rio de Janeiro, vitrine inegável para outras cidades, a resistência do vereador diante dos açoites que trabalhadores, movimentos sociais e a população em condição de rua vem sofrendo, seu compromisso com a democracia pode e é entendido como interpretação de vitalidade do Partido dos Trabalhadores. O que para extrema direita é uma ameaça! 

Estamos diante de uma terrível orquestração que tem como objetivo injetar a desvalorização da vida humana através da continuidade da disseminação de noticias falsas que trazem em seu tosco contexto a deturpação de direitos e o estabelecimento de um ideal totalitário. Não vamos nos calar e nem tão pouco desacelerar nosso propósito de restabelecimento do país, da valorização da dignidade da pessoa humana e da proteção e fortalecimento da democracia.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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