Derrotar o fascismo à brasileira, por Daniel Samam


As declarações de Bolsonaro são incompatíveis com a democracia, pois rompem com os limites do tolerável e já são sabidas há muito tempo, como à época como deputado federal que, dentre outras atrocidades, cuspiu no busto de Rubens Paiva, homenageou o torturador Ustra em seu voto pelo impeachment de Dilma e defendeu abertamente a tortura e execução na TV. As últimas declarações são o indicativo de radicalização no intuito de consolidar sua base de sustentação.

Bolsonaro governa de forma autoritária, sustentado por uma coalizão internacional, com uma agenda pautada no método da disseminação do ódio e do medo para criar o caos e a destruição nacional. Amparados na estratégia da guerra cultural, seguem a estratégia de que para mudar as bases de uma sociedade, primeiro você precisa destruí-la. Feito isso, a reconstrução se dará a partir de novas bases para uma nova sociedade. O nome disso é fascismo. O fascismo se caracteriza fundamentalmente pela apologia à destruição dos adversários e o profundo desprezo pela democracia. 

No entanto, para derrotar o fascismo é preciso unidade e amplitude. Unidade em torno da Constituição e da democracia. Isso envolve todas as forças políticas, à esquerda e à direita, as instituições e, sobretudo a sociedade civil. Lembremos então do grande brasileiro Ulysses Guimarães que, ao promulgar a Constituição cidadã de 1988, disse: "Temos ódio à ditadura, ódio e nojo".

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