A nova fase da Lava Jato serve para anunciar a nova rodada de privatizações


A atual fase da operação da Lava Jato foi batizada, não à toa, de "Abismo". A própria Polícia Federal - PF explica o porquê: "Abismo é uma referência utilizada para a identificação desta nova fase da operação policial e remete, dentre outros aspectos, às tecnologias de exploração de gás e petróleo em águas profundas desenvolvidas no Cenpes - Centro de pesquisas da Petrobras, mas também à localização das instalações (Ilha do Fundão) e a demonstração que esquemas como estes identificados levaram a empresa aos recantos mais profundos da corrupção e da malversação do dinheiro público".

A parte do "recantos mais profundos da corrupção" não é mais do que sensacionalismo tacanho. Mas a referência às tecnologias de exploração de gás e petróleo em águas profundas nos permite fazer uma boa reflexão. A Petrobras é referência mundial nesse tipo de exploração. Por meio da tecnologia de exploração em águas profundas desenvolvida pela estatal brasileira foi descoberto o pré-sal, maior reserva de petróleo encontrada no planeta no século XXI.

A PF batizar uma operação policial fazendo referência a uma das grandes conquistas da Petrobras é didático para mostrar a falta de responsabilidade de Sérgio Moro, da PF e do Ministério Público Federal - MPF. Enquanto na Europa e nos EUA a punição a grandes empresas envoltas em corrupção se dá com todo o cuidado em relação aos possíveis efeitos sociais e na economia do país - por isso a pena se dá geralmente em multas e punição de seus executivos e dirigentes -, a Lava Jato simplesmente tenta destruir as empresas investigadas. 

É preciso que seja dito que boa parte da queda no Produto Interno Bruto (PIB) nacional e do aumento galopante do desemprego foi causada sim pela operação Lava Jato. O desejo incontrolável e irresponsável por punição é tamanho que até a tecnologia de ponta desenvolvida pela Petrobras vira mote para nome de operação policial.

A operação "abismo" nada mais é que o mais recente capítulo da permanente campanha de desmoralização da estatal empreendida há décadas pelos conservadores e pela direita entreguista brasileira. Essa tentativa recorrente de diminuir o valor das instituições públicas perante a sociedade é a estratégia clássica da direita "brazileira": desmoralizar tudo que é público para consolidar a ideia na população de que a única solução é a privatização. 

Cabe lembrar que o interino, usurpador e golpista Michel Temer já avisou que vai privatizar tudo, "na medida do possível", caso o golpe seja consumado no Senado Federal.

Não passarão!
#ForaTemer #NãoAoGolpe

Abraços, 
Daniel Samam

Nenhum comentário: