Impressões ao calor da hora: a coesão do condomínio de poder bolsonarista, por Daniel Samam

Torço pra estar enganado, mas ainda acho que o condomínio de poder bolsonarista segue muito coeso. Mais do que a ala radical e odienta, os conservadores que compõem a base do governo tem tomado a dianteira na defesa de narrativas do combate à pandemia, sobretudo na CPI. O depoimento do general Pazuello simbolizou isso, a meu ver. Primeiro, acho que o general foi subestimado pelos senadores. Ele respondeu a quase tudo, se enrolou algumas vezes, mas defendeu a narrativa e cumpriu a tarefa de blindar o presidente.

Outro dado se dá na Câmara. Na aprovação da MP da privatização da Eletrobras, a base do governo conseguiu colocar a centro-direita liberal e as esquerdas no mesmo lado, contra os absurdos contidos na Medida Provisória do governo federal, mas mesmo assim aprovaram a venda de uma empresa estatal estratégica.

Além do mais, o tal orçamento paralelo do governo está sendo tratado por um viés moralista da corrupção pura e simples, quando na verdade, o que chamam de "bolsolão" nada mais é do que a organização da campanha presidencial de 2022 e, de quebra, consolidando o condomínio de poder no Congresso.

A ver.

Um comentário:

  1. Não acho. Pazuello terá que responder vários processos em troca de sua lealdade a Bolsonaro. Houve uma pergunta sobre se ele tinha uma empresa, tinha, se era ligada ao governo, era. É só pesquisar

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