Impressões ao calor da hora: o identitarismo autoritário exposto no #BBB21, por Daniel Samam

Vivemos em um mundo encurralado por duas vertentes autoritárias: o identitarismo e o fascismo. Que fique claro, ambos precisam ser derrotados. Esta é a reflexão que faço a partir do que ocorre no #BBB21.

Sob a égide do identitarismo de um lado e da escalada fascistizante do outro, a sociedade brasileira está refém de apontadores de dedo, “haters”, de figuras públicas e artistas de baixa relevância, fundamentalistas de toda ordem, “bolsominions”, lacradores e canceladores que se irmanam no objetivo de destruir pontes de diálogo.

O identitarismo - super presente no campo liberal de direita e esquerda -, bem como fascismo, são ameaças reais à democracia, pois segrega e fraciona, dificultando lutas macro que exigem unidade e construção coletiva.

Não há dúvida de que o Brasil precisa enfrentar e derrotar o racismo, o ódio de classe, a misoginia e toda forma de opressão. Na minha opinião, o tal do “empoderamento” só vem com a combinação de fatores como emprego, renda, comida na mesa, educação e saúde pública de qualidade, combinadas com políticas públicas com vistas a alcançarmos a tão sonhada Justiça Social.

Nós, de esquerda e de direita, comprometidos com o ambiente democrático e plural, precisamos derrotar o identitarismo e o fascismo. Pois não há nestas duas vertentes o compromisso coletivo de combate às desigualdades, só o de gritar mais alto, se auto afirmar e se fazer ouvir a qualquer custo. Ditadura pura e simples. E parafraseando o saudoso Ulysses Guimarães, “temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”.

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