“Dedo” alcaguete magoado, por Cristiano Lima


Foi um sacrifício aturar o Marreco de Maringá por quase 1 hora, porém: Moro alegou sua saída do Ministério da Justiça devido às interferências de Bolsonaro na Policia Federal, que até então estava sob direção de seu amigo ”lavajatista”, Maurício Valeixo. 

Após publicação no diário oficial da exoneração de Valeixo, ainda na madrugada de 24 de abril, Moro marcou coletiva com a imprensa, para anunciar a sua saída da pasta.

Segundo o próprio ex-juiz parcial e aspirante político, Bolsonaro queria na direção da Polícia Federal alguém de sua confiança, que ele, pudesse ter acesso direto, inclusive aos processos investigatórios em curso.

As declarações de Sérgio Moro soam como uma delação, ou melhor, um dedo alcaguete magoado que após mais de 2 anos de interruptos trabalhos de dedicação ao capitão e sua família, sendo um dos principais colaboradores para sua eleição, agora se sente abandonado e sem perspectivas de “galope” político.

Todavia, Sergio Moro, deixou claro, que sua saída não significaria um ponto final na política, sinalizou que após a arrumação de suas caixas para  sua saída do Ministério, ele, Moro, estaria a disposição do Brasil. 

Na carona de sua saída ou em comum acordo com Moro, o principal articulador midiático do golpe (Globo) já tenta remendar a capa de anti-herói de Sérgio Moro, para sua já tão previsível retomada na vida política.

Moro tenta sair do governo que ele mesmo ajudou a eleger, resgatando a capa do falso herói costurada pela mídia, tentando se capitalizar politicamente. Sua imagem e face de traidor da nação em nada combinam com esse melancólico discurso de insatisfação. Moro sempre soube o que fez, Jagunço de miliciano! E sempre com intenções de escalada política.

Sua saída é mais que conveniente, nesse momento em que o barco promete afundar, para ele e seus aliados golpistas que vão lhe preparar horizontes para 2022.

Mas o dia não parou por aí, ao fim da tarde foi a vez de Bolsonaro colocar sua base aliada frente às câmeras e através de um discurso destemperado de lógica falou em tom de vítima, mas sem deixar de atacar Moro. Bolsonaro, para variar citou a defesa da família  tentando dessa forma garantir seus eleitorado, que diante dessa ruptura  serão agarrados a unhas e dentes por Bolsonaro.

A coletiva de Bolsonaro, se destacou  também pela presença de seu filho Eduardo, em tempos em que sua família (filhos) vêm sendo investigados. O fato é que com Bolsonaro o Brasil alcança retrocessos e sobrevive sob a lança da incerteza do amanhã.

Continuamos aguardando um posicionamento do Congresso e do STF em relação aos crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente, e abertura de um processo investigatório mediante as declarações de Sergio Moro.

Em se tratando de Sérgio Moro, este, sua história já está escrita, sua imagem de traidor é digna como um sobrenome. E decididamente justiça e igualdade não se alinham à sua pessoa.

Já vai tarde! Não faz ou fará falta alguma. 

#ForaBolsonaro
_____________________________________________

Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

Nenhum comentário: