Ratazanas, por Cristiano Lima


Grupos precários de humanidade, estes, sempre existiram. Todavia, escondiam seu ódio, manifestavam-se em grupos obscuros através do submundo das redes ou em ações dissolvidas. Sua manifestação diante da sociedade era enfraquecida pelo fortalecimento dos direitos à pessoa humana de governos que repudiam o ódio e o preconceito.

Hoje, no entanto, estes grupos, se sentem representados e fortalecidos. São as ratazanas que perderam o medo da luz do sol, que não precisam mais se esconder nos esgotos aguardando a calada da noite para sair e saciar seu desejo de violência.

Hoje, estas ratazanas estão rondando, intimidando, queimando, nos mordendo e causando mortes. O respeito a dor alheia a falta de empatia, reforçados pelo silêncio do Estado em relação às mortes de inocentes colocam o povo em uma zona de insegurança e incerteza.

O Estado do Rio de Janeiro alcançou índices assustadores. Desde 1998, nunca se matou tanto em ações policiais. Segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública) foram 1249 registros, alcançando a média de 5 mortes por dia. Em relação ao mesmo período do ano de 2018 o aumento foi de 16%.

Este cenário se deu por uma junção de ideais preconceituosos, acompanhados de um falso moralismo e uma ideologia pregada dentro das próprias comunidades através de lideranças religiosas. Na outra ponta surgiu a criminalização dos direitos humanos, e o ataque as instituições públicas, em particular as universidades.

A alavancada fascista teve seu impulso em cultos religiosos deturpadores que ao contrário da pregação ao amor e a paz houve a determinação de uma supremacia religiosa que devia sobrepor a todas as religiões, principalmente as de origem africanas.

O Brasil vem se equilibrando entre a vergonha e a barbárie, o desprestígio e o sentimento de pena são transmitidos de outros continentes. Hoje somos um exemplo a não ser seguido, a vergonha da América Latina.

Mudar esta imagem é imprescindível, o quanto antes. Vidas humanas estão em risco. O diálogo deve ser direcionado àqueles que estão suscetíveis a ouvir, que estão de fato insatisfeitos e amedrontados com todo esse terror. Percebemos 2 grupos responsáveis por esta tragédia que se deu inicio com o resultado das eleições de 2018. Os que enganaram, estes não devemos nos submeter ao desgaste,  pois estão satisfeitos com toda essa desgraça. Agora o segundo grupo, os enganados, estes sim devemos dialogar, pois existe esperança.

O dialogo e muito menos a aproximação, não serão fáceis, pois os que enganaram continuam seu trabalho de deturpação e alucinação. Para toda e qualquer barbárie já têm uma justificativa. Pasmem!

O diálogo, este não deve ser tosco, porém precisamos adotar uma linguagem mais simples e direta. Falar em democracia, desdobrando a palavra seu conceito para ficar clara sua importância. Falar em direitos humanos apresentando o que está sendo usurpado e suas consequências. Sobre o entreguismo, seus danos a soberania e independência econômica do Brasil. Falar em segurança pública, levando ao entendimento que o bem maior é a vida.

Assim como não podemos nos desgastar com enganadores, que são a minoria manipuladora, não podemos cometer a mesmo desgaste com àqueles que se dizem prejudicados e ignoram a desgraça nacional em função de um orgulho medíocre.

Sempre lutamos e continuaremos a lutar pela democracia, pelos direitos humanos e pela vida.
Esta é a esquerda, o Partido dos Trabalhadores.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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