#VazaJato: reuniões entre juiz, acusação e polícia para combinar operações, pedido de dinheiro sob juízo para promover medidas anticorrupção, por Daniel Samam


As novas denúncias da #VazaJato, parceria do Intercept com o jornalista Reinaldo Azevedo, publicadas na noite desta segunda-feira (15), revelam que o ex-juiz e então ministro da justiça Sergio Moro participava de reuniões de planejamento da operação com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.

E o mais grave, o procurador Deltan Dallagnol pediu R$ 38 mil para Moro. O dinheiro, que seria de propriedade da 13ª Vara Federal em Curitiba, conduzida à época por Moro, seria destinado ao pagamento de um vídeo de promoção do pacote conhecido por “10 medidas contra a corrupção”, que seria veiculado na Rede Globo.Pois é, Moro disse "sim" a um pedido para usar, de modo ilegal, 38 mil reais que estavam sob a guarda da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Aliás, as famigeradas "10 medidas contra a corrupção", apresentadas no Congresso na forma de lei de iniciativa popular, são ideias de Deltan e seus asseclas. Vale ressaltar que quatro das dez medidas tem caráter totalizante e, para usar o nome correto, fascista mesmo, como é o caso da abolição do habeas corpus; a ampliação das possibilidades de prisão preventiva; o absurdo teste de honestidade aplicado a servidores; e a admissão em juízo de provas ilegais.

A cada novo capítulo fica escancarado ainda mais a atuação política da Lava Jato, a sanha por dinheiro dos concurseiros do Ministério Público. O que se vê é um festival de ilegalidades: reuniões entre juiz, acusação e polícia para combinar operações, pedido de dinheiro sob juízo para promover conjunto de medidas. Gravíssimo!

Não há outro caminho que não seja a nulidade dos processos da 13ª vara da "República de Curitiba".

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