O que esperar para 2019? De drones armados, à chancela do extermínio, por Cristiano Lima
Orlando e Rodrigo assassinados no Acampamento Dom José Maria Pires no município de Alhamdra (MST-PB) por homens encapuzados, assim como Marielle Franco refletem o sentimento de insegurança para um 2019.
A lei do mais forte, o recado sombrio e aterrorizante, “ o que sirva de exemplo” parecem estar cada vez mais rotineiros nos dias que antecedem o 1 de Janeiro de 2019.
A forma da razoabilidade, do dialogo, e da democracia se tornam cada vez mais distantes para esse ano que se aproxima.
Do campo à cidade, hoje, se preserva somente as diferenças da paisagem e da cultura.
O domínio de território , a busca pelo poder estão igualmente escritas à sangue!
A justiça caminha a passos lentos, e no sentido contrário da igualdade. O Estado mínimo e opressor é bem vindo para quem admira os capitães do mato, e mercenários da contemporaneidade.
É a sociedade baseada no medo. Estruturada em dois lados:
De quem impõe e de quem sente!
Justiça não é sinônimo de vingança. O pobre da favela, não pode ser entendido como reserva para aplicação do que “ sirva de exemplo!” Espera-se justiça à ação violenta no paraná onde 300 casas foram incendiadas!
Orlando, Rodrigo e Marielle não representavam ameaça ou desordem. Como tantos outros, lutavam para que a justiça fosse, enfim, harmônica a igualdade. Projetavam para que do campo à cidade só se preservassem as diferenças paisagistas e culturais.
Em suma, lutavam por aquilo que vem sendo tão pouco valorizado e acentuadamente deturpado: Direitos humanos!
Sim, lutavam por igualdade, moradia, trabalho, dignidade.
Seus nomes, como os de tantos outros, entram para a história no cenário conturbado de inversão de valores e mentiras de 2018.
Suas vidas ceifadas de forma cruel chancelam o medo no coração de cada um que luta por um Brasil onde o objetivo esteja na mitigação das desigualdades, porém não inibiram o desejo de luta e esperança.
Do campo à cidade o grito é:
Orlando, Rodrigo e Marielle: Presente!
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.
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