O capitão do mato do mundo moderno, por Cristiano Lima
O colonialismo contemporâneo não faz o uso dos mares em busca de novas terras para explorar e escravizar o povo.
Distante das garruchas e chicotes propriamente ditos , o capitão do mato contemporâneo também não utiliza facão para abrir caminho nem tão pouco chapéu de couro ou monta à cavalo.
Esse moderno capitão, utiliza as redes para navegar e promover ondas de mentiras que como ópio entorpecem e levam o povo a mais precária e miserável situação social e econômica.
Servente ao capital estrangeiro e apoiado de um lado por neopetacostais e do outo por uma burguesia que, na colônia, acumula riquezas através de terras conhecidas como “mídia”, o capitão do mato vestido em terno alinhado e ideais fascistas dissemina o ódio e a deturpação de valores.
Com uma proposta desastrosa de Estado mínimo o desmonte de direitos é apresentado ao país como solução de problemas.
Através do desmonte fica fácil dominar!
Desmonte da educação, direitos trabalhistas formam a chave e o cadeado que prendem qualquer possibilidade de desenvolvimento , liberdade e direitos de qualquer sociedade.
O capitão do mato vai abrindo caminho para o colonizador , que de longe aguarda as riquezas dessa terra e mais uma continência.
Agora, ao povo dessa terra, não tardará muito para que o efeito entorpecedor venha passar, quando a lucidez chegar, com sorte,ainda, não tenhamos caído no precipício.
O propósito sombrio vai além do entreguismo, o desejo de massacar as minorias, desvalorizar a cultura, expropriação de terras indígenas e criminalização de movimentos sociais refletem a face totalitária e cruel desse governo.
A partir de uma otica superficial podemos comparar esse governo a uma verdadeira trupe de loucos que não sabem o que vão fazer.
Na afirmativa acima , de fato, é inegável a transparência de incapacidade e disturbio por parte da trupe, porém, quando de uma forma fria observamos o passo a passo da proposta de desmonte percebemos o preigo:
No que atinge ao trabalhador o passo a passo vai da reforma trabalhista, que transforma leis em “informalidade”, passando pela extinção do Ministério do Trabalho, que a olhos sensatos é uma porta aberta a exploração e precarização do trabalho, até uma reforma da previdência.
No campo do desenvolvimento humano , o sucateamento da educação, e as propostas mais bizarras possíveis que notoriamente impossibilitam qualquer possibilidade de desenvolvimento e ascensão. Aprisionando o pensar, a liberdade e a crítica.
Diante disso, não podemos vacilar ou debochar, é um projeto com início, meio, e se for falar em fim, só se for da democracia.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.
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