2019 começa no sinal amarelo, por Cristiano Lima


O número assustador de casos de crimes relacionados à homofobia, feminicídio e a criminalização de religiões africanas vem como um alerta que pode colocar o Brasil em mais um mapa vergonhoso.

Reinserido, após o golpe, no mapa da fome podemos entrar também no mapa da intolerância e do totalitarismo cultural e religioso.

Em um Estado democrático de direito, a livre manifestação cultural, religiosa ou orientação sexual deve ser respeitada.

A promoção da pluralidade está no reconhecimento e respeito do poder público, do Estado ao particular de cada pessoa ou grupo.

As marcas do preconceito ainda são visíveis na carne das minorias que sofrem da violência física e moral, têm registrada na sua história repleta de dor.

A criminalização e o extermínio de minorias sempre acompanharam a história  da humanidade. Com o gasto e ignorante discurso da raça superior ou em nome daquilo que acham ser o certo ou modelo a ser seguido, se utilizando da religião, em nome de Deus que com certeza  não comunga desse ódio, colocam em prática as mais diversas e impensáveis atrocidades, que vão de chacotas, marcações na pele, até a morte.

Com o desenvolvimento  das tecnologias o avanço da internet a divulgação de ofensas se tornaram ainda maiores.

O ano de 2019, começa com o sinal amarelo, a bandeirada quadriculada é aguardada por quem acredita na superioridade de uns sobre outros, que os mais fracos devem se curvar aos mais fortes.

Piadas de todo o cunho de preconceitos e racismo,  se proliferam nas ruas, Universidades, estádios de futebol. Afirmações dignas de um distúrbio mental colocam a homossexualidade como doença e pasmem, ainda, com sugestão de cura.

Ideias conservadoras de quem esbanja riqueza no limite de pensar é um dos principais difusores desse problema.

O Estado precisa fazer o papel fundamental na promoção da pluralidade e do reconhecimento, além de incentivar políticas públicas que assegurem diversidade e transforme em crime qualquer tipo de preconceito.

O dia da consciência negra, dia do orgulho LGBT e a autonomia das instituições de ensino são pontuações importantes no reconhecimento das minorias excluídas além de proporcionar uma reflexão no que diz respeito a todo histórico de sofrimento passado e ainda existentes.

A garantia do exercício dos direitos é essencial para termos uma sociedade justa e igualitária,  qualquer tipo de exclusão, preconceito deve ser banido. Não podemos aceitar!

Numa reflexão rápida e direta, não ser racista não basta, é preciso ser antirracista.

Esta é uma das páginas do livro da consciência que devemos preservar e garantir para os próximos anos.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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