"O Mecanismo" do Golpe, por Daniel Samam


A já famigerada série "O Mecanismo", lançada nesta semana pela Netflix, tem narrativas absurdas e, diria até, criminosas.

"No Brasil, a definição de justiça no dicionário não contém as palavras equilíbrio e imparcialidade", diz a narração em certo momento da trama. De fato, o objetivo da série de José Padilha, porta-voz do não é e nem nunca foi buscar justiça, mas de uma abjeta peça proto-fascista com fins eleitoreiros e de assassinar reputações. Isso num momento em que se debate à nível internacional os perigos das "fake news" para a Democracia.

É clara a narrativa tendenciosa e partidarizada por parte de Padilha e seus asseclas, como quando um dos personagens principais diz que o Ministério Público Federal - MPF é a única instituição séria do país. Ou, mais grave ainda, quando vemos o personagem de um ex-presidente - evidentemente inspirado em Lula - usando frases como "estancar a sangria" e "construir um grande acordo nacional". Usar o conhecido e super-reproduzido diálogo entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e o senador Romero Jucá (MDB-RR) como sendo de Lula é de um mau caratismo e canalhice sem tamanho.

A peça panfletária produzida por José Padilha, junto com o longa-metragem de mesmo nível, Polícia Federal - A Lei é Para Todos, não passa de um "mecanismo" de propaganda do Golpe em curso.

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