Fascistas de Curitiba aprofundam o estado de exceção, por Daniel Samam

Publicado originalmente na minha coluna no Brasil 247.


Pelos comentários que tenho lido nas redes sociais, a maioria das pessoas, à esquerda e à direita, aplaudem e concordam com a humilhação sofrida pelo ex-governador Sérgio Cabral. Enquanto existir quem concorde com o desrespeito aos direitos constitucionais e aos direitos humanos, estaremos à beira da barbárie.

Não se trata aqui de defesa do homem público Sérgio Cabral. Este deve ser julgado respeitando o devido processo legal e, se condenado e com o processo transitado em julgado, que responda por seus crimes. Não podemos continuar tergiversando quando o assunto é defender garantias e princípios constitucionais.

Façamos um exercício de consciência. Vamos centrar no tratamento abusivo, desnecessário e, sobretudo, de retaliação dado a Sérgio Cabral - algemado nas mãos e nos pés pelos policiais federais. Pergunto, como se pode aplaudir e concordar com um juiz que permite que o réu - seja ele quem for -, sob sua guarda processual, seja exposto e humilhado? A sociedade brasileira, à esquerda e à direita, está embevecida pela vingança e é aí que o fascismo se faz.

Há que se separar a punição prevista em lei, de retaliação. O Estado deve punir dentro da lei. Por certo, esta não é a linha dos próceres da Operação Lava Jato, que tem como modus operandi produzir espetáculos degradantes semelhantes aos da idade média, na busca por reconhecimento da opinião pública sedenta por uma vingança cultivada por décadas pela grande mídia.

Curitiba tornou-se a capital do fascismo no Brasil. Insurgente, é o quartel general do assalto e do desmonte do país. Está sob o comando da força-tarefa da Lava Jato, formada por um juiz de 1ª instância, por uma junta de procuradores da República que se consideram enviados por Deus para livrar o país da corrupção e por uma Polícia Federal que age como a Gestapo nazista.

Os insurgentes da república de Curitiba precisam ser derrotados, pois são uma grave ameaça às liberdades e à Democracia no país. O Brasil não pode continuar refém deste tipo de prática e pensamento de um conluio que, a pretexto de combater a corrupção, ultrapassa todos os limites do Estado de Direito. Só para lembrar, quem concorda, aplaude, defende ou faz pouco caso de toda essa barbárie poderá um dia ser vítima dela.

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