Caso Palocci: cada ação gera uma reação, por Val Carvalho

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Diante da aterradora visão de Lula arrastando multidões da Bahia ao Maranhão, era de se espera uma forte reação da direita golpista. Para os inimigos do povo, era urgente uma ação contra esse inimigo da direita. Era necessário tentar quebrar Lula antes que a Caravana chegasse ao Sudeste do país. Palocci foi o míssil que Moro mantinha na reserva para um momento como esse. Mas Palocci, na realidade, não entregou nada, pois não tinha nada para entregar. O que ele fez foi pior do que uma simples traição.

A narrativa moro-palocciana unificou novamente os golpistas e deu sobrevida ao supercorrupto Temer. Para se livrar da masmorra da Lava Jato, Palocci aceitou a vergonhosa condição de ser o ventríloquo de Moro, de rastejar aos pés do carrasco para ler seu script mentiroso contra Lula e Dilma. Palocci fez o mesmo que aqueles militantes da época da ditadura militar, que não aguentando mais a tortura se sujeitavam a ler na TV Globo o “arrependimento” que seus carrascos escreviam.

Passado o primeiro impacto, o fato de ser o primeiro petista de alto escalão a “falar”, muito explorado pela mídia golpista, vê-se que o que Palocci disse está no mesmo nível da acusação do “triplex”, ou seja, não se apoia em nenhuma prova material: testemunhas, vídeos, gravações, mala de dinheiro, conta na Suíça, nada. Não existe nada, a não ser a sua “verdade” amedrontada e submissa ao juiz Moro.

Na verdade, pressionado em dar resposta ao “escudo humano” formado voluntariamente em torno de Lula no Nordeste, e para impedir que outro “escudo humano” se forme no Sudeste, Moro acabou queimando o seu principal trunfo contra Lula, o usando para dar um depoimento vazio, tanto do ponto de vista jurídico quanto de sua credibilidade junto à opinião pública democrática brasileira e internacional. O depoimento de Palocci só reforça a denúncia de que a justiça é partidária e golpista.

Não podemos nos desesperar com a ofensiva da direita. Com determinação e a visão clara da conjuntura vamos continuar com a única coisa que deixa os golpistas à beira de um ataque de nervos: a Caravana da Esperança de Lula pelo Brasil. Esse é o nó crítico da luta democrática contra o golpe dos corruptos e entreguistas.


Val Carvalho é militante histórico do Partido dos Trabalhadores.

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