Sobre liberação de emendas, compra de votos, o discurso de combate à corrupção e as entranhas expostas do golpe, por Daniel Samam

Em meio à luta por sobrevivência diante da denúncia da Procuradoria-Geral da República, o governo ilegítimo de Michel Temer liberou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares de senadores e deputados nos últimos dois meses.

É bom deixar claro que formalmente, as emendas parlamentares são de execução obrigatória, mas o governo pode alterar o cronograma da liberação do dinheiro conforme contingências administrativas, econômicas e políticas.

De acordo com dados baseados no "SIGA Brasil", sistema de informações do Orçamento federal, esse valor é 31% maior do que o mesmo período de 2016, quando Temer ainda era presidente interino, após o golpe que derrubou a presidenta eleita, Dilma Rousseff.

Segundo a ONG Contas Abertas, em junho foram liberados R$ 134 milhões em emendas para 36 dos 40 deputados que votaram a favor de Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Diante dos fatos relatados acima, conclui-se em dois pontos que:

1) A compra de votos rola solta e nenhum veículo da grande mídia denuncia tal prática. Diante da intencional desinformação, a grande massa de paneleiros verde-e-amarelos indignados se cala e consente, provando que o discurso de combate à corrupção não passa de um cavalo de batalha para derrubar e criminalizar o PT em primeiro lugar e, consequentemente, toda a política;

2) Temer e seus asseclas junto ao "centrão" (baixo clero) peitaram a aliança antinacional (Globo/MP/PF/Judiciário) e ganharam. Logo, o #FicaTemer é a melhor forma de se expor o golpe, suas consequências e, sobretudo, suas contradições.

O golpe e suas contradições em mais dois pontos:


1) Na terça (11), reforma trabalhista. Na quarta (12), condenação sem provas de Lula. Na quinta (13), parlamentares comprados na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados rejeitam denúncia da PGR contra Temer.

2) Joesley Batista, da JBS, disse que pagou para votarem contra Dilma no processo de impeachment/golpe. Agora, numa possível mostra do que pode vir a ser uma delação, o ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), diz que foi pago para realizar o impeachment. Frente a tudo isso, o STF permanece em silêncio, pávido, acovardado. Desempenhando com esmero o seu papel no golpe ou, como bem disse em gravação o senador e líder do governo ilegítimo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB-PE) - o "Caju" para os íntimos da Polícia Federal - PF: no "grande acordo nacional". Aquele, "com STF, com tudo".

Abraços,
Daniel Samam

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