A vendeta neoliberal sequestrou o futuro do Brasil, por Daniel Samam


Nunca ficou tão escancarado o alinhamento da elite brasileira com os interesses estrangeiros, que se deleitam saqueando as riquezas nacionais e tutelando o futuro do país a uma agenda de Estado mínimo e que precariza as relações de trabalho, oriunda da vendeta neoliberal.

A aprovação e sanção da contrarreforma trabalhista é uma das razões do golpe, juntamente com a Emenda Constitucional nº 95, que estabelece o teto de gastos, e a reforma da Previdência, que ainda não foi votada no Congresso. 

A contrarreforma trabalhista terá imensa repercussão não só no mundo do trabalho, mas em toda a organização da sociedade brasileira daqui por diante, pois produzirá uma queda geral e sistemática dos salários. 

A ignorância disseminada entre o pequeno e médio empresariado de que isso é positivo porque reduzirá os custos, tornando-os mais competitivos não os faz compreender que também terão seus custos reduzidos. O concorrente também terá seus custos reduzidos. Ninguém ganhará competitividade no mercado interno. Ganharão apenas os que produzem para exportação. Para os que produzem para o mercado interno, não, pois haverá queda geral da capacidade de compra dos trabalhadores. 

Com o enfraquecimento do mercado interno, o Brasil retornará aos tempos de mera colônia de exploração. “Brasil, celeiro do mundo”. A economia brasileira será competitiva apenas para a exportação de petróleo (óleo cru), milho, soja, carnes bovina e suína, madeira, açúcar bruto e minério de ferro. As famosas commodities.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) pressupunha uma sociedade de entendimento em que a contradição de classe, a inevitável luta dos trabalhadores por seus direitos, fosse regulamentada e transcorresse conforme regras conveniadas e suportáveis. A CLT, destruída pela ignorância de nossa burguesia à serviço do capital financeiro, era a responsável, junto ao sistema de seguridade social inscrito na Constituição de 1988, por manter relativa paz social no Brasil por todos esses anos.


Abraços,
Daniel Samam

Nenhum comentário: