Belo Texto do camarada petista, Tomaz Miranda, em apoio à Marcelo Freixo


"RIO DE JANEIRO, 26/10/2016

Sou militante do Partido dos Trabalhadores.

Mesmo antes de ser filiado, fiz todas as campanhas desde criança. Fazia panfletagem pro Chico Alencar e pro Eliomar. Toquei cavaquinho nas festas no "Quintal de Alice" pra arrecadar fundos pras campanhas. Lembro da dobradinha Eliomar/Lindbergh em 2002.

Em 1998, lembro da intervenção do Diretório Nacional aqui no Rio depois que o Vladimir foi escolhido pra ser candidato ao governo do estado. O Brizola exigiu que o PT/RJ apoiasse o Garotinho para ele, Brizola, sair de vice na chapa com o Lula. Depois desse episódio, nunca mais nos recuperamos.

Em 2002, elegemos Lula, o primeiro presidente operário. Eu tinha 15 anos. No dia da eleição, estava na Cinelândia com meu pai. Ficamos lá, todos nós. Eles bebendo, eu não. (Comecei a beber tarde.) Subi naquela estátua no meio da praça e coloquei uma bandeira lá no alto, no último gárgula. Naturalmente, levei esporro de algum amigo bêbado e preocupado.

Lula governou. Se reelegeu. Na reeleição eu estava no Buraco do Lume. O país mudou. O Brasil saiu do mapa da fome, reduziu a miséria e aumentou o acesso à educação superior. Depois do primeiro operário, elegemos a primeira mulher. Dilma foi eleita presidente em 2010. No dia da eleição, eu estava no Leme. 

Com Dilma, chegamos ao pleno emprego e vimos a primeira geração de brasileiros livres da fome.

Fiz todas essas campanhas com brilho nos olhos e comprometido com o futuro e o sentimento de uma geração. "Não recebi um real, estive na rua por ideal" todos esses anos e assim permaneço. Em 2014, reelegemos Dilma. Caiu uma chuva torrencial na Lapa logo que saiu a primeira parcial da apuração.

Os problemas, sim, os problemas. Claro. Não foram poucos nem pequenos. Pra quem mora no Rio, especialmente, a fatura foi muito alta. O PT se afastou da sua própria história, ocupou espaços no corpo institucional da prefeitura e do estado e não aplicou o seu próprio programa. Ficou a reboque da política higienista, conservadora, reacionária dos PMDBs.

Por mais que essa aliança tenha dado sustentação ao projeto nacional, o Rio de Janeiro pagou um preço exorbitante.

Com o avanço conservador no parlamento e o golpe parlamentar sofrido por Dilma, pelo PT e pelos partidos aliados, ficou claro que a tal aliança pela governabilidade estava de ponta-cabeça.

Chorei a condenação de Zé Dirceu e Genoíno. Chorei a morte do Gushiken e do José Eduardo Dutra. Chorei a deposição da Dilma mesmo em muitos momentos estando em campo oposto no debate interno sobre os caminhos do PT e do governo. Mas tenho certeza que o cerco e a ofensiva do judiciário não foi em virtude dos nossos erros.

Em 2012, o PT/RJ sem debate e sem discussão com a militância decidiu apoiar a reeleição de Eduardo Paes. Eu e outros muitos companheiros não reconhecemos essa decisão, pois não fizemos parte do processo decisório, e decidimos organizar um coletivo de Petistas com Freixo. Existimos em 2012 enquanto o PT se escondia. Não me arrependo. Fiz o que meu coração dizia que era certo.

Em 2016, com um país e uma cidade golpeados, Jandira foi nossa candidata no primeiro turno e fiz, como orgulho, sua campanha.

O PT tem problemas cada vez mais latentes, cada vez mais decisivos para sua sobrevivência e existência enquanto partido de esquerda. Eu ainda acho que para disputar a sociedade brasileira, para transformar e continuar mudando o Brasil, não há hoje alternativa ao Partido dos Trabalhadores. Por isso continuo a ele filiado.

Isso tudo pra dizer que em 2016, no segundo turno, o brilho nos olhos e o comprometimento com o sentimento de uma geração só estão em uma candidatura. É a candidatura de Marcelo Freixo, do PSOL. 

Com mulher, favela, funk, professor, fé, esperança, raça e amor. Desse jeito. As diferenças (não são poucas) deixa pra depois. Primeiro a gente derrota o conservadorismo. Depois nos resolvemos.

Eu vou continuar no PT depois das eleições independentemente do seu resultado. Não é preciso estar filiado ao partido da vez para fazer o que é certo. O partido não é fim em si mesmo, mas instrumento de luta. E o melhor instrumento hoje pra vencer o atraso é a candidatura de Marcelo Freixo e Luciana Boiteux.

Quatro anos depois, estou aqui de novo, Petista e com Freixo.

Uma pena o PT/RJ ter demorado tanto."

#VaiSerDesseJeito #FreixoeLuciana50 #PetistaComFreixo

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