Um “bico” para os militares, por Cristiano Lima


O Brasil amargo, hoje, uma fila com mais de 13 milhões de desempregados, o número de pessoas em condição de miséria nunca foi tão alto. O resultado deste colapso na economia encontramos, infelizmente, com muita facilidade, a cada esquina, marquises e sinais de trânsitos. Famílias se amontoam, buscando espaço ou uma mão estendida. O aumento do percentual de pessoas em condição de rua, ou abandonadas por este governo que ignora o povo é resultado da política excludente e ineficiente adotada no Brasil para servir unicamente ao capital estrangeiro.

Como recurso de sobrevida, muitos brasileiros têm buscado socorro aos aplicativos de entregas. Sob pedaladas em bicicletas que levam a logomarca de instituições milionárias ou com suas motocicletas, homens e mulheres desviam de carros, ônibus, caminhões, acelerando, muitas vezes, de segunda a segunda, sem descanso, seguro ou segurança. Seriam estes os novos empreendedores do escravagismo moderno da mais nova colônia norte americana: O Brasil!

O desemprego, a precarização do trabalho e o esmagamento de direitos têm nome e causa: Bolsonaro e Descaso respondem respectivamente esta questão!

Bolsonaro há muito tempo, tem demonstrado que governa para si e para os seus.

A contratação de militares da reserva, já remunerados, que não engrossam a fila da fome, do desemprego, para atender a alta na demanda de auxílios e pedidos de aposentadoria que aumentaram de forma estratosfera, após a aprovação da reforma da previdência, uma reforma que se diga de passagem, tem levado medo e desconfiança a trabalhadoras e trabalhadores, que enxergam um futuro incerto em relação à aposentadoria, é mais uma prova do descaso deste governo com o povo e principalmente com a população desempregada.

Também não é segredo que Bolsonaro e sua trupe apostam e incentivam a criminalização da esquerda, das instituições públicas e da educação. Em uma declaração, no mínimo perturbada, o ministro da educação bolsonarista, Abraham Weintaub, afirma que os concursos públicos do País selecionam pessoas com viés de esquerda, afirmação esta chancelada posteriormente por Bolsonaro com a divulgação do vídeo do ministro da educação em sua rede social.

O colapso, hoje, nas instituições públicas e nas estatais, já se apresenta como uma catástrofe anunciada e que muito provavelmente, ainda, terá maiores conseqüências aos brasileiros.

No País dos excluídos milhares de desempregados que anseiam pela chance de concorrer a uma vaga em concursos públicos ou buscam diariamente uma chance no mercado de trabalho se percebem invisíveis, mais uma vez, ao olhar deste governo que ignora a situação do povo e favorece a uma pequena classe, já com tantos benefícios.

Se a medida adotada vem para resolver de forma emergencial este desdobramento que tem como causa não só a reforma da previdência, mas o sucateamento das instituições públicas, e a escassez de concursos públicos, Bolsonaro e sua trupe reagem, encontrando uma brecha para beneficiarem os seus.

O pacote de ações custará R$ 14,5 milhões por mês. O valor inclui a gratificação dos militares – que, por lei, equivale a 30% adicionais sobre a aposentadoria na reserva.

Enquanto isso milhares da reserva, sem treinamento para a função, ganham um "bico”.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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