O ninho da serpente está no Rio: Perspectivas para 2022, por Cristiano Lima


O Rio de Janeiro pode ser o grande protagonista para as eleições de 2022, um espelho que pode, não pelo número de eleitores, mas devido sua condição de metrópole central de um aglutinado modelo político calcado no extremismo da violência, dirigido por um justiceirismo engrossado no sentimento anticorrupção e na fé, esta por sua vez fincada em um fundamentalismo que exala preconceitos e perseguição.

As ligações que se estabeleceram entre o Bolsonarismo com o então, ainda, candidato ao governo do Estado do Rio, Wilson Witzel alimentaram a ascensão daquele desconhecido Juiz.

O justiceirismo que movia a política bolsonarista, utilizado para camuflar todo o seu pacote de ódio, indisfarçável a cada fala em seus discursos, que por sinal, em nada camuflavam, pois seu principal protagonista, Jair Bolsonaro, deixou claro suas intenções nas falas e na sua história medíocre na politica.

Todavia, não bastaria, somente a promessa de uma caça a corrupção camuflada por uma família que se auto intitulava defensora dos bons costumes e da lei. O motor de manobra em massa precisava da ajuda de um manipulador que estava além dos disparos das fake news ou das falas de apresentadores de televisão que dominam a arte da mentira.

O ódio bolsonarista precisava da deturpação dos valores cristãos, da doutrinação em massa nas igrejas, e para isso, nada mais eficaz que o uso do escalafobético e agressivo culto (discurso) nos altares (palanques) neopetencostais.

A sistematização da doutrinação ocorria e ocorre de forma fragmentada desde os pequenos templos nas periferias aos grandes templos luxuosos e ostentadores das áreas centrais. Bolsonaro se agarra ao fundamentalismo religioso enquanto estende tentáculos a Cidade do Rio de Janeiro, que devido a incompetência e ausência de governabilidade de um prefeito que tem como alicerce seguidores de uma igreja e uma rede de televisão, hoje, oferece a Cidade ao governo Bolsonaro em troca de recursos.

- Hoje a Cidade do Rio passa uma das maiores crises econômicas deste século!

O Estado do Rio de Janeiro, este sob o governo genocida, literalmente, sangra nas escadarias, becos e vielas das periferias. O governador que se elegeu na carona fascista, hoje, não contradiz esta ideologia suja, porém virou de vez a cara para Bolsonaro, e este retribui na mesma moeda. Trocas de acusações diretas e indiretas vem se tornando cada vez mais frequentes entre Bolsonaro e Witzel, que é chamado de oportunista e corrupto pelo presidente. Os desentendimentos ficaram cada vez mais intensos após investigação da Polícia Civil do RJ no caso da Vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson, ambos assassinados, e que tem como suspeitos de envolvimento, membros do clã Bolsonaro.

A imagem ilibada da família, que Bolsonaro e seus seguidores tentam manter, hoje, se derrete como chocolates sob o calor intenso. Seu filho, Senador pelo RJ, sem partido, Flávio Bolsonaro é investigado por lavagem de dinheiro, em um esquema conhecido como “rachadinha”, utilizando uma loja de chocolates, a qual é  franqueado.

Bolsonaro, pai, vem aumentando a sua truculência, diante dos escândalos envolvendo sua família, sem qualquer controle ou a mínima educação vomita agressões a jornalistas e ainda ataca o Estado do Rio de Janeiro, berço de sua campanha, como sendo o Estado mais corrupto do Brasil. Sem perder a oportunidade, ataca ao Ministério Público do RJ e ao governador Witzel.

Então, se o eixo, hoje rompido, entre o, na época, pretendente ao governo do Estado, e hoje governador do Estado Rio, está mais que decretado, o prefeito da cidade, flerta com Bolsonaro, tentando desta forma, conseguir recursos e ganhar tempo para tentar esconder o que é impossível: A miséria que seu governo omisso, nesses 4 anos causou a população carioca. Crivella ainda ousa uma reeleição para 2020!

Esta é a vitrine que se apresenta o Rio de Janeiro: violenta e falida. As serpentes que se uniram para dominar, hoje, se entrelaçam em uma luta venenosa. O cenário é triste para nós  progressistas e para o povo que sofre com o fascismo e o abandono. A nós progressistas nos cabe a incumbência de apresentar ao Brasil este cenário catastrófico, para que não se repita em 2020, nem tão pouco em 2022.

Devemos alertar ao Brasil, através das mídias progressistas, com as vozes e forças de companheiras e companheiros espalhados pelo Brasil a fora e apontar a cada um o quadro desolador do Rio de Janeiro.

O Estado e o município do Rio padecem com uma politica balística e um fundamentalismo religioso, que se entrelaçam cada qual na sua competência. Se Witzel ataca com balas de aço becos e vielas, apavorando trabalhadoras, trabalhadores e estudantes, Crivella, persegue a Cultura, ataca com seu descaso famílias de servidores públicos, terceirizados e toda a população que carece dos serviços de saúde do município.

Para que sua cidade, em 2020, não caia no caos, em desavenças e desgovernança, olhe esta vitrine, o ninho da serpente está aqui, no Rio de Janeiro. Um exemplo a não ser seguido. Qualquer semelhança, repudie!

Para 2022, se em 2020, o Rio com Witzel, Crivella, Bolsonaro e todos os demais especuladores da miséria servirem de exemplos a não serem seguidos, teremos boas esperanças.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

Um comentário:

  1. Eu acho meio exagerado dizer que o Governador ataca as favelas, dessa maneira.
    Ele vem trabalhando árduamente para combater o crime, a violencia.
    Só olhar como o Estado ficou largado e tomado pelos traficantes, a ponto de pedirem intervenção militar.
    Chegamos ao ponto das tres principais vias expressas do Rio serem fechadas ao mesmo tempo, com ataques de bandidos....e hoje, os assaltos às cargas, diminuiram bastante....Ele pode não ser o Governador porfeito, tem seus defeitos, mas está longe de ser esse monstro que todos estão pintando...pq pq ele tem um pensamento diferente.

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