Juiz Ladrão, por Cristiano Lima


Conhecido como “juizeco” por muitos, “marreco de Maringá” para os mais íntimos, o ex-juiz, atual ministro e ambicioso em escalar carreira pública, Sergio Moro, que amargará em seu currículo o titulo de traidor da nação e ainda será lembrado além das fronteiras tupiniquins como “falso herói” teve seu dia de vergonha e covardia na Comissão Constitucional da Justiça (CCJ) da Câmara Federal no dia 2 de julho de 2019 quando interpelado por deputados sobre seus diálogos suspeitos com procuradores da operação Lava Jato divulgados pelo site The Intercept  na época em que era juiz.

O esvaziamento acelerado do boneco inflável de Moro só não ultrapassa a velocidade com que Jair Bolsonaro cai em popularidade nesse prematuro, fragilizado e suspeitoso governo. O fato é que toda a armação da operação Lava Jato, vem sendo revelada, não há escândalo e maldade maior na história do Brasil.

Sobre o desastroso e vexaminoso dia de Moro, que apoiado em seu discurso decorado, sem fundamentação e repleto de lacunas que omitiam respostas só lhe faltou o recurso do desmaio como estratégia. (Para quem não  lembra, na disputa das eleições municipais no Rio de Janeiro, o então, na época candidato Flávio Bolsonaro teve um “mal estar” durante o debate entre os candidatos quando questionado por outro candidato).

Quando interpelado de forma objetiva e clara Moro desviava a cara como se evitasse uma torta na cara. Sim, Moro prestou um papel de palhaço! Com todo o respeito a esta classe que não  tem nada a ver com a marmelada de Bolsonaro e sua trupe, a qual o ministro faz parte.

Glauber Braga, deputado federal do Rio de Janeiro pelo PSOL, não foi o único a amedrontar e desconstruir por completo a imagem do falso herói, mas foi com certeza aquele que acertou e esfregou a torta na cara de Moro: “Juiz Ladrão” já  é  um dos assuntos mais comentados nos ônibus, metrô, internet e é claro alvo da criatividade nos memes.

A continuidade de Sérgio Moro como integrante do governo bolsonarista é um tiro no pé para este governo expert em dar tropeços. Ter como ministro da justiça, um ex juiz flagrado em conversas suspeitas com a parte acusatória do processo em que ele ia julgar é se apresentar conivente com atitudes obscuras e estranhas ao direito e as leis vigentes no Brasil. Se é que para eles, base governista, isso seria estranho. 

Até  mesmo alguns segmentos da mídia que tanto apoiaram o golpe e inflaram o boneco de Moro já  começam a tentar se desvincular da imagem do juiz divulgando trechos previamente selecionados e sem a clareza e integridade com que foram divulgados originalmente, tentando com isso mostrar imparcialidade, mas sem antes tentar confundir a cabeça do telespectador. Outros setores mais caquéticos ainda tentam vender essa imagem falsificada e sem valor em entrevistas com seus apresentadores falastrões.

Porém, as luzes já estão sendo acesas e o público está acordando, é hora de parar com o show de bizarrices e descer do palco.

Bye bye!
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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