O pacote “anti saúde” de Moro, por Cristiano Lima


O ministro da justiça Sérgio Moro propõe criar grupo de trabalho para diminuir a taxação tributária da indústria de tabaco.

Segundo Sérgio Moro, a entrada de cigarros falsificados no Brasil e seu consumo são causadores em potencial de doenças provocadas pelo fumo, além de prejudicar a indústria nacional.

Moro, que já  tem a proposta denominada pacote anticrime agora parece estar empenhado no pacote “anti saúde”. Vale ressaltar que o Brasil possui políticas fortes e reconhecidas internacionalmente em sua luta de combate ao fumo.

A intenção  do ministro significa um verdadeiro retrocesso e uma rasteira na saúde publica. Atende a interesses da indústria tabagista nacional em detrimento da saúde pública, reforçando o ideal desse governo e sua equipe; Negligência aos mais empobrecidos e obediência, a qualquer custo, ao neoliberalismo.

A ideia de baratear o cigarro nacional significa estimular o uso do tabaco, isso é obvio. Mas a questão implícita é, para quem é esse estimulo?

Ora, se a ideia é atacar o contrabando de cigarros (não vamos falar em escala de qualidade nesse assunto) que são mais baratos, e consequentemente consumidos por uma classe mais pobre, logo, quem serão as vítimas (fumantes e estimulados a fumar com a queda no preço) a serem sentenciadas (induzidas ao vício) pelo ex juiz?

Se o pacote anticrime atende a politica de higienização apontada a pretos e pobres a nova proposta que contribui para o barateamento do cigarro nacional não se faz diferente.

Que ideia sombria, além é claro de favorecer a interesses econômicos e desumanos da indústria do fumo estaria por traz dessa abertura de portas para doenças? O não envelhecimento, um extermínio de pessoas, que para esse governo a partir de um dado momento passam a ser consideradas onerosas ao sistema. 

O custo para a saúde publica com os gastos diretos no tratamento de pessoas doentes pelo uso do cigarro, hoje, já ultrapassa os 21 bilhões por ano tendo um alcance de 130 mil mortes por ano no Brasil. 

Uma vergonha realimentar a ideia tabagista. Se, ainda, levarmos em consideração o fator ansiedade do milênio agregado a dificuldade de acesso publico a profissionais da área de saúde mental e tratamento psicológico o cigarro muitas vezes é encarado como uma muleta de apoio espinhoso, diante disso já  podemos vislumbrar consequências danosas em escala estratosférica. 

Porém quando pensamos em uma possível desvinculação do Estado com setores básicos como a saúde, parece que tudo está ardilosamente calculado. Os pobres, estes então, sob a mira de helicópteros e fuzis chancelados para atirar agora também podem ter pela frente esta armadilha. 

Enquanto se propõe trabalho para baixar o preço  do cigarro nacional, itens da cesta básica , como feijão,  batata passam a ser considerados “delicatessen”. Parece que a equipe “destroyer” Brasil desse (des)governo está bem comprometida com o descompromisso ao povo.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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