Triângulo amoroso irrita Globo e silêncio de Moro envergonha “patriotas”, por Cristiano Lima


Com o apadrinhamento do SBT e Record, o governo de Jair Bolsonaro conta com duas plataformas de segurança para qualquer eventualidade e escândalos que venham perturbar o já tão fragilizado e desacreditado governo. Silvio Santos, como é conhecido o dono da emissora SBT já se rasga em elogios e tenta nos fazer engolir a ideia de que este é o melhor caminho para o Brasil. Já a emissora do Bispo Edir Macedo, aproveitando sua grade voltada ao telejornalismo sensacionalista voltado a violência, transmite sempre que possível a sua crença no governo atual. 

As duas emissoras se fazem de palanque para campanha governamental e ponto estratégico de defesa. Jair Bolsonaro e Queiroz já foram agraciados pelo SBT, agora foi  a vez de Flavio Bolsonaro ter voz na Record. As duas emissoras não disfarçam seu apoio ao governo e a recíproca, nesse caso, se faz verdadeira. Toda essa troca de afagos tem sido um dos motivos para a Rede Globo fazer duras criticas na sua grade de programação ao novo governo , não se prendendo somente ao seu telejornalismo, mas por toda a programação, que passa pelo humor até suas telenovelas.

Na verdade, Bolsonaro, com seu apelo populista que vai desde a lavar roupas em frente as câmeras a  exibir sua caneta bic em assinaturas de decretos e na sua própria posse tomou o caminho que agrada seu eleitorado. Colocando-se avesso a Globo ele tenta demostrar que é contra o sistema. O que não é verdade! Todavia se faz necessário um outro meio de comunicação em massa além da internet. Daí o triângulo amoroso com o SBT e a Record.

Com o populismo de Silvio de um lado e a emissora do bispo do outro ele tem ponte direta para comercialização do governo e reportagens exclusivas na defesa de qualquer escândalo. Flavio Bolsonaro, distante de desmaios ou mal estar e fazendo tom revelador, surpreso, indignado, disse estar sofrendo investigação oculta e que teve seu sigilo bancário quebrado. Com isso foi ao STF questionar a investigação.

Usando o cenário cedido para um discurso de defesa, onde se mostrou forçadamente indignado,  por alguns instantes telespectadores mais críticos questionaram se de fato estavam assistindo uma matéria jornalística ou mais uma cena de telenovela, dito pela perspicácia do ator, digo,  entrevistado.

Por outro lado, as organizações Globo, seguem atrás apontando e despejando todas as falcatruas da “famiglia”. Lembrando que todos os envolvidos nessa guerra são do lado de lá, ou seja, o lado contrario ao povo. São apoiadores do golpe! “É  tanto veneno na cobra cega que já estão  se mordendo”. A verdade que olhos incrédulos não queriam enxergar veio antes do esperado, tão  rápido quanto o disparo das fake news em época de campanha, na velocidade, com motorista e tudo.

Mas aqui mora uma pergunta: E o Moro? Aquele que foi a cara de muitos manipulados, superman da capa de revista e agora super ministro? O mesmo Moro que já  foi cogitado como futuro presidente daqui a 8 anos por ninguém  mais que Silvio Santos? O que deixou de ser juiz para assumir a função  de Ministro sem nenhum pudor! Moro começa a cair nos mais diversos modelitos de saias justas desenhadas pelos componentes do governo a que se submeteu.

O fato é  que esse barco não vem inspirando muita segurança nem para o país e muito menos para seus remadores em suas remadas desajustadas. Para Sérgio Moro, se existe alguma aspiração para o cargo de presidente, ou ele deixa a condição de protetor da família Bolsonaro e pula fora desse barco ou se agarra ao status de Ministro e afunda junto. O fato é que todo esse silêncio e as declarações do Ministro sobre pedido de desculpas e suas saídas pela tangente já vem rachando a cara de muitos que se intitulavam patriotas e acreditavam na imagem do falso herói.
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.

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