Bem-vindo de volta, Jornal do Brasil! Por Daniel Samam


É preciso comemorar o retorno do Jornal do Brasil, sim. Para os que tem a Democracia como fundamento, é sempre bom ter pluralidade no acesso à informação. No geral, o JB retornou como sempre foi: conservador, mas aberto à pluralidade. E isso já é muita coisa em tempos de mediocridade e obscurantismo.

Mas, no entanto, em tempos de polarização, crise e desespero, houve quem depositasse esperanças que o JB assumisse posições na luta politica. Ledo engano. O papel da imprensa não deve ser tomar posição ideológica, mas de informar. Os editoriais, por exemplo, podem e devem emitir opiniões, mas as notícias devem ser dadas com isenção.

Dito isso, achei o editorial muito senso comum, num discurso pró-Lava Jato, afirmando que a corrupção é a grande responsável pela nossa pobreza e pelo "subdesenvolvimento". Enfim, o moralismo tacanho e hegemônico da classe média - é esse o público-alvo do JB. Em compensação, a presença de nomes de peso do jornalismo brasileiro como Tereza Cruvinel, Marcelo Auler e Hildegard Angel dão a tal pluralidade que tanto necessitamos na imprensa brasileira.

Destaco o ótimo artigo do Nilo Batista, “A cilada da militarização”. Vale muito a leitura, bem como o sensacional artigo do Lula defendendo a democratização dos meios de comunicação e descendo o sarrafo nos Marinho.

Bem-vindo de volta, Jornal do Brasil!

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