Pela divisão das esquerdas, por Gilberto Maringoni

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Confesso que, em 40 anos de militância, nunca vi um líder progressista fazer a afirmação externada pelo deputado Marcelo Freixo, em entrevista à Folha de S. Paulo. Para ele - numa conjuntura de golpe e de brutal regressão política e social - não é hora de buscar unidade, mas de acentuar diferenças entre as esquerdas!

Freixo não fica por aí. Se coloca como o "inventor" da candidatura de Guilherme Boulos a presidência da República. Esta teria nascido de uma conversa no café da manhã com sua companheira, em casa. Não é algo surgido de baixo para cima, como a plataforma "Vamos".

Há mais. O teste de viabilidade da postulação presidencial se dá não nas ruas, mas em reunião no apartamento de Paula Lavigne.

O conjunto da obra mostra uma original formulação política. Não é nova, mas é original no Brasil de hoje.

Freixo é a principal figura pública do PSOL e tem uma atuação política admirável. Pela entrevista da Folha, conhecemos mais uma qualidade rara em um político: sua extrema sinceridade.


Gilberto Maringoni é filiado ao PSOL, é cientista político, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) e ex-candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PSOL em 2014.

4 comentários:

  1. Mostrando as caras e isso explica porque a Dilma ficou caída no chão pela divisão da esquerda e porque não mexeram uma palha para lutarem contra o golpe, mas não adiantou nada porque o PT é líder das pesquisas com Lula para Presidência e a ambição de muitos foram energias jogadas fora!

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  2. Fiquei estarrecido com esta " extrema sinceridade " . Não entendi muito seu posicionamento. Esta de " não é hora de unir a esquerda...Fiquei abismado. E, quase elogiou Temer. Jogou a toalha: o jogo está perdido. Não adianta. Deixaram a Dilma a ver navios e continuam no Porto a ver navios. Temer Derrotado??? Sem noção. Meio ensaboado, estilo Marina. Não fala bem o que quer. Fala com sinceridade o que não sinceridade. Caro Gilberto Maringoni, respito sua opinião. Mas a entrevista afungenta eleitores. Eu sou um deles. Uma pena. Por isto e outras posiões da esquerda que ninguém vai para as ruas. A esquerda aceitou o golpe.

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  3. "Nem sempre a união faz a força". Este é o comentário mais infeliz que eu li nos últimos tempos, logo partindo de um político que, ao contrário do que fala, deveria estar trabalhando com todas as formas para reverter o golpe.
    Sinto muito, mas a única chance de salvar a pátria, neste momento, é com unidade em torno de um projeto de retomada do crescimento, inclusive das esquerdas.

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