Sobre o mito do patriotismo militar, por Val Carvalho

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Ainda surpreso com a sinceridade do general Mourão em defender a venda da Amazônia para os estrangeiros. O que sobra da Pátria brasileira depois da venda do pré-sal e da Amazônia para os gringos e ainda da extinção dos direitos sociais e trabalhistas, do emprego, da educação e da saúde de seu povo? Sobra o pano da bandeira nacional fincado na pela murcha da nossa pátria.

O “nacionalismo de bandeira”, aquele nacionalismo puramente verbal e vazio de todo conteúdo nacional, sempre foi usado pela direita golpista para encobrir a sua ideologia entreguista e de ódio ao povo. Qual o significado real da bandeira nacional carregada nas manifestações por coxinhas que desprezam o povo brasileiro se curvam à ideologia da supremacia americana? Ou do culto à bandeira feita por militares que defendem a entrega da Amazônia aos gringos? É um teatro do absurdo, palavras vazias desmentidas pelas ações.

Hierarquia, disciplina, “nacionalismo de bandeira” e a velha doutrina de segurança nacional, onde o “inimigo” é o próprio povo, ainda ensinada nas Academias Militares; eis a herança que deixou a ditadura militar para as Forças Armadas. Uma herança que o campo democrático, mesmo nos governos do PT, não conseguiu superar. O verdadeiro nacionalismo militar foi expulso, preso, torturado e assassinado no Golpe de 64. Ou agora, com a prisão do verdadeiro nacionalista almirante Othon pela Lava Jato do “americano” Moro. E isso sem que houvesse um mínimo protesto da cúpula militar.

A reconquista do Estado democrático de direito precisa ser acompanhada pela RECONSTRUÇÃO DA NAÇÃO por quem de direito, o povo brasileiro. Uma Nação lastreada por um regime democrático cujas raízes sejam precisamente esse povo consciente e organizado. Somente assim nosso povo será capaz de defendê-la contra qualquer tipo de golpe, tanto o civil quanto o militar.


Val Carvalho é militante histórico do Partido dos Trabalhadores.

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