"Recuperar o Rio é derrotar o golpe lá e aqui", por Julio Villas Boas


Estamos  a um ano das eleições de 2018. O centro das atenções é a disputa do Planalto. Estará em jogo a continuidade do golpe. Seja com a manutenção da recomposição do centro com a direita viabilizando uma candidatura tradicional, seja com uma candidatura com verniz de "novo" mas com compromissos expressos com o "velho", com as forças golpistas.

Faz parte deste processo o esforço de conter a crescente candidatura de Lula.

Nos Estados as peças do tabuleiros obedecem a uma lógica mais flexível do que a disputa central. As montagens das chapas majoritárias visam dar alternativas diferenciadas de um mesmo projeto ao mesmo tempo que conjugam interesses regionais.

No Rio os nomes de Eduardo Paes, Romário, Índio da Costa, Garotinho, Cesar Maia, Prof. Tarcísio,  Rodrigo Neves são alternativas colocadas para governador. Para o Senado os nomes de Carlos Bolsonaro, Marta Rocha, Bernardinho, Marinete, Índio da Costa, Luciano Hulk, Carlos Osório são cada vez mais colocados.

Como se posicionarão no jogo esses nomes dependerá em grande medida as movimentações na grande e na pequena política, o varejo e o atacado da politica estadual e nacional. A esquerda, os petistas em particular, podem ter um papel de destaque neste jogo. Determinar o que se quer é decisivo. 

Um pragmatismo rasteiro poderá estabelecer uma lógica isolacionista que aparentemente tem objetivo de garantir bancadas e dar sustentação à Lula mas carrega o grande risco de ser menos do menos. Lula é o nosso plano A, B e C e sua campanha cresce na rua e galvaniza cada vez mais apoio popular. No rastro de crescimento da campanha de Lula, a direita trabalha para a impugnação e ganhar por W.O, e nós para a construção de alianças que deem musculatura para atravessarmos o Rubicão. 

A candidatura de Lula, hoje, significa a articulação e organicidade da frente para derrotar o golpe. O programa da candidatura será o programa de reconstrução do Brasil e resultados das forças comprometidas com esse objetivo. Quando Gleisi afirma com todas as letras que a candidatura Lula deixou de ser só do PT para ser do povo brasileiro expressou essa clareza!!!! Isso tem um significado extraordinário para o momento político, para traçar a tática e a estratégia da politica eleitoral.

A movimentação, ainda embrionária, para uma possível articulação entre PT, PCdoB e PDT no nosso Estado navega nesta compreensão. Construir no plano estadual um programa de governo que enfrente a crise na perspectiva dos interesses populares e de viés anti liberal, democrática e de recuperação da soberania nacional é caminho para uma articulação com viabilidade política eleitoral. Na danças do nomes e alternativas devemos apresentar ao conjunto das forças políticas e, principalmente, a população do Rio, nossas propostas.

Recuperar o Rio é derrotar o golpe lá e aqui.

Defender uma política industrial na cadeia de óleo e gás e a retomada da indústria naval a partir de um projeto de nação. Desenvolver Indústria de Serviços e Turismo de acordo com rica e diversa potencialidade do Estado. Enfrentar na lógica dos interesses populares as relações entre poderes e combater a promiscuidade entre o público e o privado estão na ordem do dia do nosso projeto. Sem exclusivismo e sem ambições hegemonistas devemos apresentar nomes que defendam de maneira vigorosa a alternativa de unir forças para derrotar o golpe e os representantes da sua política no Rio. 

A esquerda e o PT tem nomes para apresentar e devemos apresentá-los. Nomes possuidores da crença e a convicção de que é possível construir uma alternativa vitoriosa. Nomes como Celso Amorim, Lindbergh, Quaquá, Jandira e Roberto Amaral são fortes para participarem deste no início de partida.


Julio Villas Boas é Engenheiro e militante do Partido dos Trabalhadores (PT).

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