"Diga aos otários que fico", por Val Carvalho

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O mandato de Aécio Neves foi garantido ontem pelos votos dos 44 senadores do bloco da direita golpista, PSDB, PMDB e DEM. Seu primeiro telefonema de agradecimento foi para o senador Jucá, do PMDB, que numa gravação pouco antes do impeachment de Dilma se referiu a um “acordo nacional”. Vale a pena relembrar: “Tem que mudar o governo pra estancar essa sangria. É um acordo nacional para botar o Michel, com o Supremo, com tudo”.

A ajuda de Temer, com 200 milhões de reais em emendas, faz parte daquele clássico acordo, “uma mão lava a outra”. Os tucanos de Aécio o apoiam contra as denúncias e agora ele retribui comprando votos para Aécio continuar com o seu mandato.

É, sim, para ficarmos bastante revoltados e indignados. Mas se pensarmos um pouco mais, veremos que o Golpe de corruptos dado contra Dilma não iria punir um dos seus, principalmente um expoente da alta nobreza tucana. É o pacto sinistro do tal “acordo nacional” dos corruptos com o poder econômico em plena ação. Eduardo Cunha foi punido para ser bode expiatório e também porque não era tucano.

Mas, se serve de consolo, a impunidade do corrupto Aécio, garantida pela maioria corrupta do Senado, funciona como pedagogia política para esclarecer os que ainda acham que valeu a pena tirar a legítima e reconhecidamente honesta presidenta Dilma.

A revolta da sociedade contra esse acordão de corruptos vai botar lenha na fogueira da Caravana de Lula em Minas Gerais, que começará em poucos dias. Mas o esclarecimento que temos de dar ao povo é que os políticos corruptos são tão somente instrumentos necessários usados pelo poder econômico para extinguir direitos, aumentar a exploração do trabalhador e entregar o país ao saque do capital estrangeiro.


Val Carvalho é militante histórico do Partid dos Trabalhadores (PT).

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