Sobre o antipetismo de esquerda e a falsa ideia de que o PT acabou, por Daniel Samam

Publicado na página do Partido dos Trabalhadores - RJ no Facebook.

O Partido dos Trabalhadores (PT) é o partido que mais recebeu filiados nos últimos anos e sua popularidade cresceu de 9% para 18%, conforme a última pesquisa Datafolha, diante da crise do governo Temer, e Lula é o candidato favorito do eleitorado com 30% das intenções de voto. Diante disso, é curioso ver setores da esquerda insistindo no discurso de que "o PT acabou". Os fatos revelam exatamente o contrário.

Se institucionalmente, Lula é a única opção das esquerdas, isso é muito responsabilidade da oposição de esquerda ao PT, que foi muito eficaz para bater nos limites e fragilidades do projeto petista, mas também não formulou um projeto e nem forjou uma liderança capaz de substituir o pacto de conciliação que permitiu aos mais pobres uma vida minimamente mais digna.

Em 14 anos, a oposição de esquerda ao PT poderia ter firmado uma alternativa viável, mas não o fez. O projeto do reformismo fraco dos nossos governos se esgotou, isso está claro, mas por outro lado, ninguém apresentou uma alternativa e é sobre esse ponto que deveria caber uma autocrítica geral das esquerdas, sobretudo daquela que exige uma do PT, porque essa esquerda também nunca apresentou um projeto para o país. Tampouco mobilizou as ruas e quando o fez, em 2013, foi engolida e expulsa pela direita entusiasmada e pelas armadilhas da narrativa da grande mídia corporativa.

Concluindo, penso que toda esquerda está nas cordas, devida a vendeta neoliberal, mas é o PT o partido que mais resiste a essa contraofensiva e o que condiciona a sobrevivência de toda a esquerda a sua própria.

Abraços, 
Daniel Samam

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