Sobre a necessidade de ampliar para avançar, por Daniel Samam

A derrota de ontem (20) na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado mostrou que o consórcio golpista perde substância e compromisso político de seus asseclas. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi um dos que liderou a derrota do governo em votação do relatório da reforma trabalhista. Tanto que logo após a derrota na CAS, senadores da oposição se reuniram na liderança do PMDB com Renan para contar quantos votos o grupo tem para barrar a reforma trabalhista no plenário do Senado. O grupo tenta "converter" senadores da cada dia mais frágil base governista. 

O "toma lá, dá cá" após derrota na CAS veio do Planalto em forma de ameaça de demitir do governo indicados de senadores que votaram contra a "reforma" Trabalhista. Para permanecer no cargo, Temer vende a ideia de que a sua queda inviabilizaria as reformas. Se o governo voltar sofrer novo revés no Congresso, a banca não hesitará em lançar Temer ao mar. Bom, eles que se virem e que as reformas sejam engavetadas.

É isso. Vencemos na CAS do Senado porque ampliamos. Se os partidos de esquerda não dialogarem de forma ampla e sem sectarismo com a sociedade, não sobreviverão à crescente vendeta neoliberal e seremos derrotados. 

Precisamos compreender que só se conquista a hegemonia na sociedade ampliando, saindo do gueto. Não será na base do "nós contra eles" que vamos mudar a correlação de forças. Só esgarça e polariza ainda mais uma sociedade que a cada dia renega mais e mais a política. 

Só conquistaremos a hegemonia da sociedade se soubermos nos unir aos que pensam diferente de nós e em torno de objetivos concretos que possibilitem o avanço das lutas sociais e do fortalecimento de um Estado de bem-estar social amplo, soberano e democrático. Mas, pra isso, é de suma importância um projeto de nação que nos norteie nessa travessia. Em breve, escreverei sobre esse ponto.

Abraços, 
Daniel Samam

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