PSDB, PMDB: o enroque de proteção ao rei, por João Vicente Goulart

Publicado originalmente no site do Instituto Presidente João Goulart.


O movimento no tabuleiro de xadrez feito através do enroque, possibilita ao jogador movimentar duas peças em uma jogada só, protegendo o “rei” no canto esquerdo do tabuleiro de xadrez.

Serraglio, apesar de completamente inoperante como ministro, foi sacrificado, ou melhor diríamos, poderá ser premiado, se assim o quiser, para um novo ministério, a CGU (Controladoria Geral da República), de onde Temer traz o novo jurista, o senhor Torquato Jardim; não se sabe se para ministro ou para advogado de defesa do presidente, como disse o Senador Álvaro Dias, e vem para a pasta da Justiça com a missão específica de controlar a Polícia Federal.

Temer não renunciará, e demonstra isto nesta jogada. Tem tanto apego ao cargo como um carrapato, que sabe bem, se largar o hospedeiro agora, pode cair no chão do Congresso Nacional e ser pisoteado pela “sua base de apoio”, que já dá sinais de cansaço e teme as eleições de 2018. Este enroque pode colocá-lo no canto do tabuleiro, vulnerável aos movimentos de cavalos, bispos e rainhas.

As movimentações em torno de nomes já se assanham no Congresso e já surgem boatos de que o PSDB está comandando o tabuleiro, inclusive com nomes para assumir um mandato tampão e dar a Temer uma saída não tão indigna. O pedido de “tablas” por quem está encurralado, seria uma boa saída para quem não tem mais peças a movimentar.

Tasso Jereissati, surge como nome de consenso entre os caciques congressistas, mas como dizia Garrincha: - já combinaram isso com os russos?

É evidente que sem o apoio formal do PMDB, não haverá um nome de consenso, restando aqui uma indagação: qual dos dois partidos em posição de empatar o jogo e chamar o desempate para 2018, tem condições de indicar o novo dono do tabuleiro e contornar a crise dos contrincantes?


João Vicente Goulart é Diretor do IPG - Instituto Presidente João Goulart.

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