Organizar uma Frente ampla, nacional, democrática e antigolpista é nossa única saída

Após o golpe parlamentar perpetrado contra a presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, é consenso entre os diversos movimentos sociais que há uma necessidade latente de se construir uma ampla unidade dos setores progressistas, que pressione o governo golpista no sentido de derrubá-lo, fazendo avançar os direitos sociais e, ao mesmo tempo, barrar a longa lista de retrocessos que querem nos impor na marra. 

Esta unidade terá o objetivo de concretizar uma ampla unidade para construir mobilizações que façam avançar a conquista de direitos sociais e bandeiras históricas da classe trabalhadora. Buscará também fazer a disputa de consciência e opinião na sociedade. Como dizia o saudoso filósofo Leandro Konder, “O único espaço de aprendizado político das massas é quando estas se colocam em movimento nas ruas.” 

É possível sim unificar a esquerda, o campo progressista e ainda atrair setores médios, mais ao centro, rachando assim o centro-conservador contra a direita neoliberal e a ultra direita fascista que baba de ódio nas ruas e no Congresso. Um bom exemplo disso são as experiências bem sucedidas das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que aglutinaram e organizaram toda a luta contra o golpe que infelizmente se consumou no último dia 31/08. Mas é preciso mais unidade e ampliar ao centro. 

Uma frente democrática, popular e antigolpista que não seja apenas dos partidos de esquerda, mas que agregue amplos setores, entidades, partidos e cidadãos mais ao centro será a nossa única saída. Que esta nova unidade seja o alicerce, o pilar central do resgate da democracia no Brasil e, para isso, proponho uma pauta mínima:

- Repúdio incondicional ao golpe e nenhuma, absolutamente nenhuma conciliação com golpistas;
- Defesa irrestrita da Constituição de 1988, especialmente nesse momento em que os golpistas estão descumprindo seus dispositivos e promovendo um desmonte dos direitos sociais inscritos na mesma; 
- Defesa das riquezas naturais e do patrimônio nacional;
- Defesa das conquistas sociais e dos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores;
- Defesa de uma política externa independente, com ênfase nas relações com a América latina e a África, além da consolidação do papel estratégico do Brasil nos BRICS;
- Defesa das conquistas e aprofundamento das políticas de gênero e dos direitos das comunidades LGBT.

Neste grande e amplo pacto, cabe todo mundo que estiver de acordo. As diferenças a gente aperfeiçoa e equaciona depois. O momento nos exige única e exclusivamente em pensar no que nos une.

Não ao golpe!
Fora Temer!

Daniel Samam

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