A rede de atletas olímpicos militares e bolsistas


Criado em 2005 pelo ex-presidente Lula e fortalecido no governo de Dilma Rousseff, o Bolsa-Atleta é considerado um dos maiores programas de incentivo ao esporte. 

Nos jogos olímpicos do Rio 2016, dos 465 atletas inscritos, 358 recebem o benefício, como os judocas, Rafaela Silva, medalha de ouro e Rafael Silva, de bronze, e Felipe Wu, que garantiu a prata no tiro esportivo..

Em uma década o programa que começou com 975 bolsas concedidas já alcançou mais de 17 mil atletas, contemplando modalidades olímpicas, não-olímpicas e paralímpicas.

Rafael Silva, ganhou nesta sexta-feira (12), no Rio, o segundo bronze seguido em Jogos Olímpicos, o primeiro foi em Londres em 2012, quando destacou a importância do apoio financeiro.

As informações sobre o Bolsa Atleta estão disponíveis no site.

Atletas Militares 


Os medalhistas Rafaela, Felipe e Rafael são atletas militares e beneficiários do programa Bolsa Pódio do governo federal, e fazem parte de uma complexa rede formada há anos para o Brasil conquistar medalhas.

Felipe e Rafaela são apenas dois dos 145 atletas militares que fazem parte dos 465 esportistas da delegação do Brasil. Entre eles, também está Yane Marques, que conduziu nossa bandeira na cerimônia de abertura. Eles fazem parte do Programa Atletas de Alto Rendimento do Ministério da Defesa, mas do governo legitimamente eleito nas urnas. Não o golpista.

Como funciona? Por meio de um edital, o Ministério da Defesa recruta atletas de ponta, oferece estrutura de treinamento e uma bolsa que pode chegar a R$3,2 mil por mês.

Para receber esse valor, é preciso se graduar a 3º sargento. Já graduados, eles passam a defender o Brasil também nos Jogos Militares. São recursos públicos do Brasil colocados em prol do esporte. É também o Brasil usando instalações esportivas militares.

Em parceria com o Ministério do Esporte do Brasil - o legitimamente eleito, não custa lembrar -, é possível investir em equipamentos para os atletas. Felipe Wu, por exemplo, precisa de local adequado, armas e munições para treinar.

Já o triatleta Juraci Moreira treina no centro de treinamento do Exército na Urca, no Rio de Janeiro. Tem mais um detalhe aí: além de receber o valor previsto no edital, os atletas militares continuam contando com os recursos do Bolsa Atleta e do Bolsa Atleta Pódio, ambos do governo federal, administrados pelo Ministério do Esporte.

Os dois programas são considerados, hoje, a maior iniciativa de transferência de renda para atletas do mundo. Felipe Wu, Rafaela Silva e Yane Marques também são bolsistas.

Na prática, ser atleta militar e ter o Bolsa Atleta são formas de complementar a renda e contar com mais apoio. É preciso lembrar que boa parte deles não conta com patrocínios milionários, como vemos no vôlei, ou confederações ricas, como no futebol. Eles precisam de renda, equipamento, espaço para treinar.

Nos Estados Unidos, jovens promessas do esporte não se aliam a universidades para ter recursos e onde treinar? Pois é. No Brasil, temos os clubes, oss incentivos do governo e, só agora, o Ministério do Esporte está montando uma rede nacional de treinamento mais ampla, inclusive contando com universidades federais.

Mas não para por aí. Esses convênios, bolsas e formas de incentivo fazem parte do Plano Brasil Medalhas. Lançado em setembro de 2012 pela presidenta Dilma Rousseff, o Plano Brasil Medalhas instituiu o Bolsa Pódio e Bolsa Atleta com o objetivo de nos colocar entre os 10 primeiros países no quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos e cinco primeiros nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. 

Se conseguiremos atingir a meta ou não, pra mim é um mero detalhe. O que importa mesmo é a iniciativa e a permanência desses programas que contribuem na inclusão social, na distribuição de renda e na redução da pobreza e da desigualdade em nosso país. Mais um detalhe: Todos os 22 melhores atletas paralímpicos de 2015 são beneficiários do Bolsa Atleta ou Bolsa Pódio.

Desde a criação do programa, 8.991 atletas com deficiência receberam bolsas, sendo que nenhum deles participou desse programa do Ministério da Defesa, porque ainda não há um projeto voltado para paralímpicos. As Forças Armadas estão começando um programa para militares com deficiência física adquirida e este pode ser o caminho para no futuro ter atletas paralímpicos entre os militares também. 

Afinal, quem ganha com toda com isso? São os militares? O Ministério do Esporte? O governo Federal? Não. É o Brasil. O Brasil ganha não só pelo pódio, mas por toda a rede de benefícios que o esporte traz. 

Abraços, 
Daniel Samam

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