MP da contrarreforma do Ensino Médio transforma a "escola sem partido" em política de Estado
O governo golpista apresentou ontem (22) a Medida Provisória (MP) sobre a contrarreforma do ensino médio, que nada mais é do que o primeiro passo para a implantação do maldito projeto "escola sem partido" como política de Estado. As mudanças afetam conteúdo e formato das aulas, e também a elaboração dos vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A proposta terá de ser aprovada em até 120 dias pela Câmara e pelo Senado, caso contrário, perderá o efeito.
A previsão do Ministério da (des)Educação (MEC) é que turmas iniciadas em 2018 já possam ser alvo de tamanho retrocesso. Até lá, as redes estaduais poderão fazer adaptações preliminares, já que o Ministério da (des)Educação condiciona a implementação de pontos da reforma à conclusão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O ministro golpista e porta-voz do coronelismo nordestino, Mendonça Filho (DEM-PE) disse que a BNCC só deve ser concluída em "meados" de 2017.
O primeiro retrocesso determinado pela MP é que o conteúdo obrigatório será diminuído para privilegiar cinco áreas de concentração: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. Já entre os conteúdos que deixam de ser obrigatórios nesta fase de ensino estão: artes, educação física, filosofia e sociologia. Entretanto, o conteúdo dessas disciplinas não será propriamente eliminado, mas o que será ensinado de cada uma delas dependerá do que estiver dentro do conteúdo obrigatório previsto na futura Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ou seja, censura.
A MP da contrarreforma do Ensino Médio também trouxe uma mudança que chamou a atenção: um dos artigos incluídos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) autoriza profissionais de outras áreas e especialistas "com notório saber" (?!?!) a darem aulas nas escolas do país. Segundo os golpistas, a medida ajudará a preencher lacunas na educação básica.
Esse duro ataque à educação é a introdução de um sistema que não forma cidadãos críticos diante do mundo, mas jovens "especialistas" e focados apenas em obter "sucesso" imediato.
Cabe lembrar proposta terá de ser aprovada em até 120 dias pela Câmara e pelo Senado, caso contrário, perderá o efeito. É bom a molecada secundarista se organizar e mostrar que, bem como fizeram nas ocupações em diversos estados do país, podemos e devemos derrotar esse projeto criminoso.
Não passarão!!!
Abraços,
Daniel Samam
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