Setores da esquerda erram gravemente na avaliação da ação de Cid Gomes e o que ocorre no Ceará, por Daniel Samam


Diante do quadro gravíssimo que ocorre a partir do motim nos batalhões da Polícia Militar do Ceará, alguns setores da esquerda insistem em considerar o ato do senador licenciado Cid Gomes como um ato fascista.

Criticar a ação do Cid com a retroescavadeira é legítimo, mas não se pode excluir que, à sua maneira, equivocada ou não, tentou restabelecer a ordem num território conflagrado por amotinados com armas de fogo em punho e com respaldo político-ideológico do bolsonarismo.

Os Gomes podem ser criticados e chamados de oligarcas, coronéis e tal. É legítimo. Mas igualá-los ao grupo político-ideológico liderado por Jair Bolsonaro e aos milicianos amotinados no Ceará é de uma estupidez, sectarismo e uma miopia política extrema.

Importante lembrar que os Gomes foram - e ainda são no governo do Ceará - importantes aliados na política que sustentou os governos populares e democráticos no Brasil por 14 anos.

O foco e energia das críticas deveriam estar na contenção do levante paramilitar que pode contaminar as PMs de todo o país. Fetichizá-lo como greve de trabalhador é um sintoma de grave descolamento da realidade por parte destes setores.

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