
Massacre em Suzano, por Cristiano Lima
O massacre em Suzano, cidade da grande São Paulo, em uma escola, onde alunos e funcionários foram vitimas de dois alucinados assassinos nos apresenta a dura constatação da ameaça real que estamos sofrendo.
O Brasil, que na última década caminhou em harmonia com uma politica voltada a mitigação das desigualdades , da fome e comprometido em acelerar o desenvolvimento econômico e social, hoje vive o calabouço do horror.
Os casos de violência sofridos por negros, pobres, mulheres tem assustado e disparado um sinal de alerta em todos que lutam por democracia, igualdade e principalmente paz.
O discurso de ódio que embalou a campanha de Jair Bolsonaro está sendo entendido, agora, por grupos fanáticos como uma recompensa a ser recebida pelo voto dado?
Esse estado de medo que vem assombrando o país, é difícil ainda de ser entendido por nósque estranhamos esse terror, que foi, e ainda é alimentado de forma insana, insensível e irresponsável através de uma politica armamentista.
Após a tamanha barbárie ocorrida na escola, em São Paulo, isso que colocaram aí, que alguns insistem em chamar de presidente,vem falar em flexibilização de sua politica armamentista para facilitar a aquisição de armas de fogo. Uma proposta que coloca não mãos do cidadão a responsabilidade que cabe ao Estado, além, é claro de promover mais violência.
Uma declaração dessas, e ainda no mesmo dia em que o país chora pela dor dessas vidas ceifadas, só demonstra a frieza e ainda estimula essa cultura de horror.
O cenário é de preocupação, até setores da direita já se mostram apreensivos com a politica armamentista, a campanha presidencial bolsonariana já apontava a direção que estamos vivendo e lutando para vencer.
Declaração de Rodrigo Maia:
“Eu espero que as pessoas pensem um pouquinho nas vítimas dessa tragédia e que compreendam que o monopólio da segurança pública é do Estado, não é responsabilidade do cidadão. Se o Estado não está dando segurança à sociedade, a responsabilidade é dos gestores públicos na área de segurança pública".
E complementou, com indignação: "Agora, já não basta o debate sobre posse; agora, um pedido desse [porte de armas para professores] não é mais posse, é discussão sobre porte em área urbana. Eu acho que aí nós passamos por uma proposta de barbárie no nosso Brasil, que não deve avançar".
O fascismo, o fanatismo nunca se sentiram tão representados, a barbárie de Suzano não pode ser minimizada à influência de jogos de violência.Existe aí uma manifestação de ódio que encontrou em 2019 a brecha para entrar.
A violência urbana não pode ser confundida com o massacre de Suzano, que vai além e tem suas raízes fincadas no ódio.
Todo o fascismo, monstruosidade, ódio, preconceito, se sentem representados. Porém lutamos e acreditamos no amor, que constrói e renova.
O que vem adiante para nós brasileiros? O medo de andar em transportes de massa, ficar em locais públicos com muita aglomeração? No que transformaram nosso Brasil?
Ainda há tempo. Resista!
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Cristiano Lima é Educador, graduando em Geografia pela UERJ/CEDERJ e Escritor.
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