Lula na pista, Lula na favela (ou o dia em que a dialética negativa baixou na Lapa), por Maria Luiza Franco Busse
Aprendemos muito nestes dois anos de golpe, inclusive a fazer festival que contempla o particular e o geral sem prejuízo de nenhum dos dois. Foi o que mostrou o Festival Lula Livre que reuniu muitas tribos e fez circular pelos Arcos da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, mais de 100 mil pessoas num dia inteiro de um sábado de sol, 28 de julho.
Teve de tudo, de oficinas a exibições musicais, sem a confusa e embaralhada sobreposição de manifestações que acabam por transformar a tão cara polifonia em ruído ensurdecedor, inconsequente. E assim foi, todos com voz, cada um compartilhando o seu particular até o saudável descontínuo soldar a unidade na apresentação de Chico Buarque, Gilberto Gil e Beth Carvalho.
Do cárcere de preso político, em Curitiba, Lula enviou carta agradecendo a solidariedade dos “queridos artistas, estudantes, trabalhadores, meus queridos amigos”, lida para o público, um mar de Lulas pela liberdade do semelhante condenado sem prova e perseguido pela crueldade do fascismo institucional que chafurdou o Brasil na exceção colocando em risco a vida de todos os cidadãos.
Pelo palco da Lapa também passaram artistas da Argentina, Venezuela, Cuba e Países Bascos, reforçando a bandeira da unidade do povo para que tome nas mãos a defesa das garantias democráticas representadas no Lula Livre.
No conjunto da luta contra as violências fascistas, o Festival fez um minuto de silêncio por Marielle Franco, a vereadora favelada das causas populares que faria 39 anos na véspera, morta com quatro tiros há quatro meses sem que se revelem os culpados pelo extermínio.
“Nosso bonde é pesadão”, avisou o funk do Heavy Baile anunciando “é nós na pista, na favela, solta o homem, mané, que ele dá jeito”. MC Carol subiu no estribo e terminou por imprimir direção à viagem: “A revolta vem à tona porque a justiça não funciona”.
O recado está dado. A partir de agora é #LulaLivre ou #LulaLivre, independente de eleições. Marielle presente e Lula livre firmaram a Liberdade guiando o povo.
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Maria Luiza Franco Busse é Jornalista e Semióloga. Graduada em História pela Universidade Gama Filho, mestre em semiologia pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com pesquisa sobre texto jornalístico e cultura de massa, doutora em semiologia pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com tese sobre a China, e pós-doutoranda em Comunicação e Cultura pelo programa de pós-graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Maria Luiza Franco Busse é Jornalista e Semióloga. Graduada em História pela Universidade Gama Filho, mestre em semiologia pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com pesquisa sobre texto jornalístico e cultura de massa, doutora em semiologia pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com tese sobre a China, e pós-doutoranda em Comunicação e Cultura pelo programa de pós-graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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