Lula é a trincheira de resistência à vendeta neoliberal, por Daniel Samam
O Datafolha do último domingo (10) confirma que Lula reúne entre 57% e 60% dos votos válidos num segundo turno contra Bolsonaro, Marina ou Alckmin. Destes, 47% dizem que votam com certeza (30%) ou admitem votar (17%) em um nome indicado por Lula, caso não possa concorrer. A consistência dos números é impressionante e nos revela a força eleitoral do lulismo e a rejeição do povo para com o governo ilegítimo de plantão e com a política de retirada de direitos implementada a partir do golpe de 2016.
Estamos a menos de quatro meses do primeiro turno e, mesmo preso, Lula mantém o protagonismo como o principal fiador da eleição. Os que achavam que prendendo Lula resolveria o cenário, se enganaram. O efeito está sendo exatamente o contrário.
Encarcerado há dois meses na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba-PR, é muito improvável que esse Judiciário autoritário, em conluio com a grande mídia e o capital financeiro permitam que Lula seja candidato, mas também não é impossível. Tudo depende da correlação de forças até agosto. Lula e o PT, cientes disso, dobraram a aposta, deixando em suspenso o quadro eleitoral.
Quem está em campanha não é a pessoa Luis Inácio, mas a “ideia” e a memória de seus governos. E essa “ideia” tem uma vantagem imensa em relação aos demais candidatos e se tornou a principal trincheira de resistência à vendeta neoliberal.
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