Nota do Vereador Reimont (PT-RJ) sobre o aumento do IPTU

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A votação do projeto do Crivella para o IPTU e o ITBI me impôs surpresas inesperadas. Sempre considerei que, mais do que estar presa a projetos políticos de bancadas ou aspirações partidárias, esta questão deveria ser uma oportunidade de debate da cidade. Infelizmente, descubro que não é assim.

Há dois dias, a pequena bancada do PT na Câmara Municipal, eu e a vereadora Luciana Novaes, vem sendo atacada à direita e à esquerda; e não podemos ou não queremos imaginar com quais propósitos.

Nos últimos dias, particularmente, fui acusado tanto de votar pela desoneração da Zona Sul como de votar contra emendas “populares”. Não sei o que essas acusações significam.Todas são falsas, inaceitáveis e encobrem desejos de projetos políticos que visam a alavancar aspirações e simplificar o debate, acredito.

Desde o início, deixamos bem claro que não votaríamos a favor do projeto do Crivella ou de quaisquer emendas que, se admitidas, apenas dariam credibilidade e sustentação à proposta do Executivo, cujos erros de base são: não ter sido debatido com a sociedade e cobrar mais dos que têm menos e cobrar menos dos que têm mais, o que nenhuma emenda será capaz de mudar. O gráfico abaixo, feito a partir de informações da própria Prefeitura, bem demonstra esse propósito.

Por isso, eu e a companheira Luciana votamos contra todas as emendas apresentadas; fizemos isso por votar contra o projeto, em sua essência, que pune a maioria da população do Rio de Janeiro. E não há emenda que remende esse objetivo. Por isso, repito, votamos contra TODAS as emendas apresentadas, fossem de quais partidos fossem.

Desde sempre defendemos que a Prefeitura alavanque o caixa a partir da cobrança da dívida dos maiores sonegadores do município, que chega a mais de 10 bilhões de reais.

Consideramos que este, sim, é o verdadeiro ponto de partida para aumentar a arrecadação da cidade e sanear as finanças do município. Sem isso, tudo o mais é remendo.

Não compreendemos a política como um campo de demarcação meramente partidária ou eleitoral, ela vai muito além dessa dimensão. Lamentamos, profundamente, que alguns tentem reduzir este debate à questão de apoio ou não a uma ou outra emenda; isso apequena uma discussão que deve tratar dos interesses mais amplos do conjunto da sociedade e de uma cidade que precisa ser construída com e para todos e todas. Lamentamos que a esquerda, que deveria estar unida para enfrentar o gravíssimo quadro nacional e local, estabeleça esse tipo de cisão. Podemos e devemos demarcar as diferenças que existem entre partidos, correntes, movimentos e pessoas. Mas esse é um debate que exige respeito, compromisso, ética e verdade.


Vereador Reimont,
Líder do PT na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

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