Três saídas, por Breno Altman
Um setor das classes dominantes, com provável apoio das Forças Armadas, se realinha pela manutenção de Temer no governo a qualquer custo, tratando de relativizar as denúncias e colocando os interesses econômicos do capital acima de qualquer disputa. A principal voz midiática dessa tese é o Estadão, acompanhado timidamente pela Folha, mas não será surpresa uma guinada definitiva da Globo nas próximas horas. A propósito, não é à toa que movimentos de direita recolheram bandeiras.
Outro setor oligarca quer se livrar o mais rapidamente possível de Temer, construindo um nome para eleições indiretas e impedindo que as forças populares tenham tempo e espaço para sua própria alternativa. Até ontem, esse era o discurso hegemônico na Globo e entre os poderes fáticos do Estado (MPF e STF, por exemplo), mas a reunião dos chefes das três armas com Temer, remarcada para a tarde de hoje, terá bastante influência nos próximos passos.
A terceira saída é a democrática e popular: diretas já. Depende da força das ruas e da entrada em campo da classe trabalhadora, com urgência e amplitude, enquanto as divisões nas elites mantém o jogo em aberto.
Para nós, nesse momento, é tudo ou nada.
Ou conseguimos quebrar a coalizão golpista, impondo de fora para dentro a alternativa das urnas, ou as oligarquias irão retomar a iniciativa política, aprovando as reformas e revalidando o golpe de Estado.
Há chances boas de vitória, vale a pena lutar, mas não podemos recuar nem para tomar impulso.
Fora Temer!
Diretas já!
Então vamos para a rua!
ResponderExcluir