Pitacos sobre as eleições para a Prefeitura do Rio
Vejam essa notícia: quase 60 pessoas ligadas à Igreja Católica, entre padres e ministros de eucaristia, participaram, sábado, de reunião na sede do PRB Rio de Janeiro, em torno do candidato a prefeito, o bispo licenciado da Igreja Universal, Marcelo Crivella.
Um documento foi assinado pelo grupo, que se comprometeu a pedir votos para o senador. No dia seguinte, já houve panfletagem na porta de 25 igrejas. A meta é multiplicar a ação do grupo para atingir, até a semana que vem, fiéis de 250 paróquias da cidade do Rio.
Pois é, camaradas. pra quem acha que Crivella só tem "voto de cabresto" dos fiéis da Igreja que ele pertence, estão muito enganados. E quem já tenta desconstruir a imagem dele já no 1º turno, comete um erro crasso. Embora deva sua carreira política à Igreja Universal, Crivella sempre foi cauteloso. Em temas nos quais a bancada religiosa destila todo o seu reacionarismo - questões relacionadas ao respeito ao caráter laico do Estado, a gays, a aborto etc. (digo bancada religiosa porque sim, evangélicos e católicos dão os braços em prol do retrocesso) - ele nunca botou a cara. Não contrariava seus pares dentre os evangélicos, mas nunca esteve na linha de frente do obscurantismo. Preferia desaparecer.
O mesmo informe da Berenice diz que o pupilo do prefeito "Zé Carioca", Eduardo Paes, Pedro Paulo (PMDB RJ), um dos principais adversários de Crivella, prepara uma investida no terreno do vizinho - no segmento evangélico. Hoje (21), o líder do governo do estado na Assembleia Legislativa, Edson Albertassi (PMDB), promove um encontro com a turma da música gospel. Entre alguns dos cantores mais populares nas emissoras evangélicas, já confirmaram presença na reunião Aline Barros e Flordelis, segundo informe de Berenice Seara, do Jornal Extra.
As esquerdas persistem numa lógica estúpida: disputar entre si os poucos votos e inserção social que têm, através da tática de desconstruir e denegrir o outro candidato do mesmo campo político. Vejamos a última pesquisa Ibope, divulgada na quarta passada, dia 14:
- Marcelo Crivella (PRB) - 31%
- Marcelo Freixo (PSOL) - 9%
- Pedro Paulo (PMDB) - 9%
- Flávio Bolsonaro (PSC) - 8%
- Jandira Feghali (PC do B) - 8%
- Indio da Costa (PSD) - 7%
- Osorio (PSDB) - 3%
- Alessandro Molon (Rede) - 1%
- Cyro Garcia (PSTU) - 1%
- Carmen Migueles (Novo) - 0%
- Branco/nulo - 19%
Tirando Crivella que está "nadando de braçada", os candidatos Freixo, Pedro Paulo, Bolsonaro, Jandira e Índio aparecem empatados tecnicamente. A diferença entre Freixo que é o segundo, para o Índio que é o sexto, é de apenas dois pontos percentuais.
Diante disso, pergunto: não seria ideal a tática de unidade de ação entre os candidatos do campo popular para desconstruir as candidaturas do centro-conservador? Vale lembrar que os candidatos Freixo e Jandira não cumprem o que foi acordado em reunião realizada na sede do Senge-RJ no dia 03/06. Um pacto de não agressão no 1º turno.
Infelizmente, muitos estão aderindo a essa esquerda pós-moderna, moralista, cujo radicalismo é só aparência. Pregam a revolução popular - vendem esperança em lata -, mas não querem olhar generosamente pro povo, tal como ele é, como vive, como se expressa.
Abraços,
Daniel Samam
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