Nos EUA, 6,8 milhões de adolescentes entre 10 e 17 anos tem dificuldades para se alimentar suficientemente
A prostituição e o crime são, em determinados casos, as únicas saídas encontradas por adolescentes em situação de insegurança alimentar nos Estados Unidos, segundo pesquisa revelada na última segunda (12) pelo 'think tank' americano Urban Institute. (acesse a pesquisa clicando aqui)
O estudo qualitativo "Impossible choices", feito em parceria com a ONG Feeding America, entrevistou 193 adolescentes com idade entre 13 e 18 anos. Em todas as dez comunidades incluídas na pesquisa, foram citados casos de meninas que recorreram ao sexo como meio de obter dinheiro ou comida.
Frequentemente, esta exploração ganha a forma do que os pesquisadores chamaram de "transactional dating", algo como 'encontros de transação', em que a adolescente faz sexo regularmente com alguém - muitas vezes um homem bem mais velho - em troca de refeições ou bens materiais. Ou seja, a prostituição não necessariamente envolve o dinheiro.
Entre os meninos, é mais comum o apelo a roubos e ao envolvimento com o tráfico de drogas. Em ambos os sexos, porém, há outras estratégias para combater a fome, como guardar as refeições escolares para o fim de semana, comer na casa de amigos e familiares e até casos mais extremos, como o de ir para a prisão para garantir a alimentação básica.
Apesar de não ter caráter quantitativo, o estudo cita um levantamento feito pelo especialista Craig Gundersen que estima existirem, nos Estados Unidos, 6,8 milhões de adolescentes entre 10 e 17 anos com dificuldades para se alimentar suficientemente.
Estamos falando de alimentação básica, de segurança alimentar, um direito que deveria ser universal, em qualquer lugar do mundo.
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