20 de novembro: Um grito forte dos Palmares
A data de 20 de novembro é a que celebramos os 322 anos da morte de Zumbi, líder político do Quilombo dos Palmares, assassinado por ter ousado construir, na Serra da Barriga, em Alagoas, a República de Palmares, onde conviveram em liberdade escravos fugidos, índios e brancos pobres.
Em contraposição ao Brasil escravocrata do século XVI, o Quilombo dos Palmares surgiu como uma sociedade multirracial e pluricultural, representando uma alternativa à exploração e à desumanização a que estava submetido o negro escravizado.
A democracia quilombola de Palmares exerceu, dentro e fora de seus confins, o mais amplo processo Democrático pautado pela liberdade com dignidade, construindo uma sociedade livre do preconceito, sem opressão de raça nem de gênero. Do ponto de vista étnico e político, foi a única democracia racial de fato. Palmares, sem sombra de dúvidas, é uma das principais contribuições do povo negro para a formulação dos ideais de democracia e da capacidade de superar as desigualdades.
O saudoso Florestan Fernandes nos ensinou que: "Se quisermos possuir uma República democrática, temos de atribuir ao negro, como indivíduo e coletividade, um estatuto democrático. O negro tornou-se o teste número um da existência da universalidade e da consistência da democracia no Brasil".
Um processo de desenvolvimento nacional, ou seja, um projeto de Nação, só será viável com a superação das desigualdades históricas impostas ao nosso povo, principalmente ao povo negro, que representa nos dias atuais, 55% da população brasileira.
Um processo de desenvolvimento nacional, ou seja, um projeto de Nação, só será viável com a superação das desigualdades históricas impostas ao nosso povo, principalmente ao povo negro, que representa nos dias atuais, 55% da população brasileira.
Zumbi não morreu. Ele vive em cada um de nós, lutadoras e lutadores em defesa da liberdade, da igualdade e da justiça social, iniciada por ele há 322 anos.
Valeu, Zumbi!
Valeu, Zumbi!
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