Sobre mais uma ocupação inconstitucional das forças armadas e uma política de segurança pública desumana, por Daniel Samam

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O ministro da justiça Torquato Jardim garantiu R$ 70 milhões por mês, nos próximos meses, para a permanência das forças armadas no Estado do Rio de Janeiro. 

Vamos lembrar alguns números: os 15 meses das forças armadas na ocupação do complexo da Maré custaram R$ 600 milhões aos cofres públicos. Os gastos no complexo do Alemão, em menos de dois anos de ocupação pelas mesmas forças armadas, somaram meio bilhão de reais. 

Pergunto, algo mudou? Não, né. Outra pergunta: e se esses mais de um bilhão de reais fossem investidos em infraestrutura, serviços públicos e em programas sociais voltados para a juventude pobre desses locais?

E mais, sabem o que aconteceu com a utilização das forças armadas na estúpida "guerra às drogas" no México? A violência e o tráfico aumentaram e os soldados das forças armadas se corromperam frente ao tráfico. Aqui no Rio nós tivemos inúmeros casos de corrupção entre soldados das forças armadas nas ocupações do Alemão e da Maré. Não vai demorar para aparecerem os primeiros casos de execuções, torturas e corrupção por parte dos soldados das forças armadas. O tráfico vai cooptar. Anotem.

Pra piorar, numa audiência sobre segurança pública, um promotor do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) disse que uma das soluções para violência no Estado do Rio é implantar a experiência fascista de militarização das escolas, um absurdo que já ocorre em outros Estados do país.

É preciso vencer o discurso fascista que cresce a galope na sociedade brasileira. 

Abraços,
Daniel Samam

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