Pior do que a perversidade do governo golpista é a insensibilidade social própria do Capital, por Val Carvalho

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O Governo golpista cortou o Bolsa Família e a faixa de baixa renda do Minha Casa Minha Vida; suspendeu a fiscalização do trabalho escravo e infantil; congelou por vinte anos os investimentos da saúde e educação; extinguiu os direitos trabalhistas e quer acabar com a previdência pública entre muitas outras “maldades” sociais. Mas fez isso tudo para poder aumentar os lucros dos banqueiros e grandes capitalistas nacionais e estrangeiros.

No Prefácio d’O Capital, ainda que mostre a cara feroz do capitalista, Marx o trata como categoria econômica, como portador do Capital e de sua lógica acumulativa de mais-valia. Mesmo sendo “bonzinho”, o capitalista terá que explorar a força de trabalho igual aos demais, caso não queira ser expulso do mercado pela concorrência. Mas onde está a perversidade social inerente a todo governo capitalista? Está em, havendo condições políticas, reduzir ou mesmo extinguir os direitos trabalhistas e sociais conquistados pelos trabalhadores. É uma perversidade social que casa perfeitamente com a insensibilidade social do Capital que só tem olhos para o crescimento de seus lucros, para a sua auto-acumulação.

No Brasil, a perversidade social dos governos é maior do que nos países mais desenvolvidos porque os freios sociais e políticos criados pelo povo sempre foram fracos e pouco organizados. 

Conclusão: mais importante que as conquista sociais, é termos condições de defendê-las contra as investidas do Capital que sempre tentarão se apropriar dos fundos sociais públicos.


Val Carvalho é militante histórico do Partido dos Trabalhadores (PT).

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